O setor produtivo quer um lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho) mais abrangente. Nesta quarta-feira (23) ao sair de encontro com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) defenderam uma flexibilização no mecanismo.

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Com as vendas em baixa no setor automobilístico, empresas com férias coletivas e programas de demissão voluntária (PDV), os industriais têm debatido com as centrais sindicais uma flexibilização. "Lay-off é uma ideia que está sendo formatada. Não tem definição ainda. O que estamos falando com as centrais é um planejamento de médio e longo prazo, não só para o setor automotivo", disse o presidente Anfavea, Luiz Moan.

Apesar de ter participado de reunião, na tarde de hoje, com Holland, Moan garantiu que o tema não foi abordado. "Lay-off é uma questão nossa com os sindicatos. Não trouxemos para o governo", afirmou. "Não conversamos com o governo ainda, conversamos com as centrais sindicais. O que eles querem é que possamos, em conjunto, formatar o programa. Depois trazemos aqui para o governo fazer análise. Não tem prazo", explicou.

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Atualmente, quando esse mecanismo é adotado, o funcionário é afastado e parte dos salários é bancada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do Ministério do Trabalho, mas essa contribuição é limitada a cinco meses. A proposta é adotar um programa similar ao da Alemanha, que prevê que, em tempos de crise, os trabalhadores são afastados, mas não demitidos. Eles continuam vinculados à empresa e recebem salários, boa parte paga pelo governo.

Segundo reportagem publicada ontem na Agência Estado, pelo novo modelo em discussão, a dispensa teria duração de até dois anos, mas não de maneira integral. A jornada de trabalho seria reduzida entre 20% e 50% e o governo arcaria com 60% a 80% do valor equivalente às horas reduzidas. A diferença seria bancada pelas empresas e o trabalhador arca com parcela menor da redução. "É um caminho interessante criamos uma flexibilização para a gente manter os empregos o máximo possível", defendeu Moan. "A economia passa por momentos positivos e negativos, achamos que o Brasil precisa ter proteção aos empregados pensando nesses ciclos", argumentou.