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O porcentual de famílias endividadas em janeiro foi de 58,8%, apresentando recuo ante os 59,4% de janeiro de 2011, mas avanço na comparação com o índice de 58,6% de de­­zembro do ano passado. Os dados são da Pes­quisa Nacio­nal de Endivi­damento e Inadimplência (Peic), divulgada ontem pela Confe­de­ração Nacional do Comér­cio de Bens, Serviços e Turis­mo (CNC).

Em relação a dezembro houve leve alta de 0,2 ponto porcentual, a primeira após sete meses consecutivos de recuo na comparação mensal. A interrupção do ciclo de quedas na margem pode ser explicada pelo afrouxamento das medidas de contenção ao crédito do governo e pela redução da taxa básica de juros. "Isso pode ter favorecido a tomada de crédito. Além disso, há muitos gastos concentrados no início do ano, como IPVA, IPTU e material escolar", diz a economista da CNC Marianne Hanson. Por causa dessas contas extras, a divisão econômica da CNC prevê um possível aumento nos níveis de endividamento e inadimplência em fevereiro e março.

Até janeiro, a inadimplência se manteve em baixa. No mês, o total de famílias com contas em atraso chegou a 19,9%, ante 22,1% um ano atrás e 21,2% no mês anterior. A taxa de inadimplência pode ter sido favorecida pelo pagamento do 13.º salário em dezembro, que facilitou a quitação de débitos. O número de famílias que declararam não ter condições de pagar suas dívidas também recuou. O porcentual neste mês foi de 6,9%, bem abaixo dos 7,9% de janeiro do ano passado. Em dezembro de 2011, 7,2% das famílias afirmaram não ter condições de quitar seus débitos. Ambos os indicadores estão no menor nível da série histórica iniciada em janeiro de 2010.

Cautela

Na avaliação de Marianne, as recentes medidas de estímulo à economia, como a redução da taxa básica de juros e do IPI para itens da linha branca, podem até elevar o endividamento, mas não aos níveis do início de 2011. O pico de 65,3% de famílias endividadas foi atingido em fevereiro daquele ano. "O consumidor está mais cauteloso porque a atividade está mais fraca e o mercado de trabalho está crescendo em ritmo menos acelerado", diz a economista.

O cartão de crédito foi o principal vilão do endividamento, tendo sido apontado como principal meio de pagamento por 73% dos entrevistados. Em seguida, aparecem os carnês (22,3%), o crédito pessoal (12,1%) e o financiamento de automóveis (10%). Entre as famílias que ganham até dez salários mínimos, 54,2% afirmaram ter de 11% a 50% de sua renda mensal comprometida. Para 19,9%, esse comprometimento é superior a 50%. Nas famílias com renda mensal de mais de dez salários mínimos, 16,1% têm mais de 50% dos ganhos comprometidos com dívidas.

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