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Brasília – A busca dos contribuintes por linhas de crédito para a antecipação da restituição do Imposto de Renda colaborou para a queda nas taxas de juros no mês passado. A taxa média dos empréstimos bancários caiu 0,8 ponto porcentual em março, passando dos 39,3% de fevereiro para 38,5% ao ano. O porcentual, de acordo com o chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, Altamir Lopes, é o menor desde junho de 2000, quando a estatística começou a ser feita.

Nas operações com pessoas físicas, o custo do crédito recuou mais e passou de 50,8%, em fevereiro, para 49,9% ao ano – menor patamar desde o início da série do BC, em julho de 1994. Essas taxas se referem às operações do chamado segmento livre, ou seja, recursos que os bancos podem emprestar como querem, sem direcionamento definido em lei ou regulamento.

O chefe do Depec explica que o barateamento do crédito em março foi provocado pelo aumento das operações de antecipação da restituição do Imposto de Renda da pessoa física. "Com características muito parecidas com as do empréstimo consignado, as antecipações de imposto a restituir têm juros e spread baixos", disse. Passado o efeito das antecipações, as taxas de juros devolveram uma parte da queda de março e já subiram 0,5 ponto porcentual nos primeiros nove dias úteis de abril. Mesmo assim, ele afirmou que a tendência de queda dos juros está mantida.

A antecipação das restituições do IR, de acordo com Altamir, foi usado pelos tomadores de empréstimos bancário no pagamento de dívidas mais caras. Com isso, a taxa de inadimplência das operações de crédito a pessoas físicas recuou dos 7,3% de fevereiro para 7,1% do total das operações em março, nível mais baixo desde os 6,9% de janeiro do ano passado. A redução da inadimplência, segundo ele, também resultou do alongamento dos prazos dos empréstimos. "Com prazos maiores, fica mais fácil para as famílias acomodar o pagamento das prestações no orçamento", comentou.

Em março, foi mantida a tendência de crescimento da oferta de crédito. O volume total do empréstimo bancário cresceu 1,3% e atingiu R$ 757,116 bilhões. Para Lopes, o crédito vem aumentando num ritmo "relativamente comportado" e ainda continua em nível baixo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). "A participação do crédito no PIB ainda está num patamar baixo em comparação com outros países", afirmou.

Segundo o BC, o volume de crédito bancário no final de março era equivalente a 31,3% do PIB, o maior nível desde os 31,6% de abril de 1996. Os dados já levam em conta a mudança da metodologia do IBGE no cálculo do PIB, que reduziu os porcentuais. Com a metodologia antiga, a relação crédito/PIB era de 34,3% no final do ano passado. Com a nova, o porcentual foi revisto para 30,8%. Mas a tendência de crescimento permanece.

Lopes destacou a elevação da participação dos trabalhadores da iniciativa privada nas operações de crédito consignado durante o mês passado. "Isto demonstra que o consignado ainda tem espaço para se expandir", disse. O total de empréstimos nesta modalidade subiu 5,6%, chegando a R$ 6,645 bilhões. Mas as operações com servidores públicos aumentaram apenas 2,8%. "Os empréstimos consignados para os funcionários públicos já estão meio saturados", disse.

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