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Taxa de desemprego e rendimento médio dos salários |
Taxa de desemprego e rendimento médio dos salários| Foto:

Atividade econômica está garantida

O aumento da taxa de desemprego em julho na comparação com junho, de 7,8% para 8,1%, não deve ser considerada como uma alteração significativa, na avaliação da economista da Rosenberg & Associados Thaís Zara. Isso porque, segundo ela, a população desocupada continua diminuindo e a ocupada, aumentando. "Há alguns sinais de estabilidade, mas ainda é cedo para ter certeza disso. E, mesmo que assim o seja, o mercado ainda está bastante aquecido para garantir o combustível para a atividade econômica", diz Thaís. Pela avaliação da economista, o que se pode inferir da taxa de julho é que o emprego continua refletindo o bom momento vivido nos demais indicadores de atividade econômica. "A população ocupada cresce a passos largos, colaborando para a redução da população desocupada", explica. O grau de formalização da ocupação também elevado sinaliza que a melhora do mercado de trabalho é qualitativa, além de quantitativa. "Em termos de política monetária, o conjunto dos dados ainda mostra um aquecimento considerável. Esta é mais uma indicação de que devemos continuar com uma postura monetária rígida, pois existe a possibilidade de reaquecimento da demanda e, também, de riscos advindos dos reajustes salariais, que são palpáveis", afirma a analista da Rosenberg.

Serão necessários ainda mais dois meses para avaliar se o aperto monetário, que vem sendo aplicado pelo Banco Central (BC) na economia desde abril deste ano, está reduzindo o ritmo da atividade da indústria e o nível de emprego. A avaliação foi feita ontem pelo gerente da pesquisa mensal de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo, ao comentar a oscilação da taxa de desemprego, que passou de 7,8% em junho para 8,1% em julho, a menor para um mês de julho em toda a série iniciada em março de 2002.

Apesar do recorde e de ter caído 1,4 ponto porcentual em relação a julho do ano passado, quando o índice era de 9,5%, a evolução mensal do indicador deixa o instituto sem tendência definida para mensurar o impacto da política econômica no mercado de trabalho. O que Azeredo pôde afirmar, pelo menos, é que tudo indica uma estabilidade dos dados, que têm evoluído em relação à uma base já elevada.

Ele argumenta que não houve variação estatisticamente significativa na taxa entre junho e julho. Segundo ele, "pode ter havido uma melhora tão forte no mercado de trabalho no primeiro semestre que agora as contratações estão mais tímidas". O analista afirmou que, se houver uma alteração mais forte para cima na taxa em agosto, aí sim o mercado poderá estar configurando um quadro de piora.

Azeredo afirmou que ainda não é possível dizer que a inflação e os juros tenham tido efeito no mercado de trabalho.

O número de pessoas ocupadas nas seis principais regiões metropolitanas do país – o que não inclui Curitiba – somou 21,668 milhões em julho, com queda de 0,3% em relação a junho e aumento de 4% na comparação com julho do ano passado. O número de desocupados (sem trabalho e procurando emprego) somou 1,908 milhão, com aumento de 3,4% na comparação a junho e queda de 12,3% ante julho de 2007.

Rendimento

No que diz respeito ao rendimento médio real dos trabalhadores, cujos resultados referem-se a julho, a pequena alta (0,1%) ante junho reverte quedas registradas ante mês anterior nos dois meses anteriores (-0,3% em junho ante maio e -1% em maio ante abril). O resultado comparativo a julho do ano passado (alta de 3%) também foi melhor do que o apurado, ante igual mês do ano anterior, em junho (1,7%) e em maio (1,5%).

Segundo Azeredo, a desaceleração na inflação medida pelo INPC – índice usado na pesquisa para corrigir os valores salariais – em julho evitou uma nova queda na renda média real dos trabalhadores, que ficou em R$ 1.224,40 em julho. O INPC médio nas seis regiões em julho foi de 0,53%, ante 0,96% em junho. Segundo Azeredo, os dados de rendimento dos trabalhadores comprovam que "a renda em 2008 está em patamar mais elevado do que no ano passado, mas o rendimento de 2002 ainda não foi recuperado". De acordo com o IBGE, a renda média de julho deste ano é 6,2% inferior à apurada em igual mês de 2002, quando era de R$ 1.305,70.

Formalização

Outro dado destacado é que a taxa de desemprego média dos sete primeiros meses de 2008 é de 8,2%, enquanto em igual período do ano passado foi de 9,8%. No que diz respeito à formalidade, ele observou que, somando os empregados com carteira assinada e os funcionários públicos, o porcentual de trabalhadores formais no total da população ocupada em julho de 2008 era de 54,3%, a maior fatia para o mês de julho da série histórica iniciada em 2002. Nos sete primeiros meses de 2007, a média da participação do emprego formal no total de ocupados era de 52,7%, subindo para 54,5% na média de igual período de 2008.

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