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A carga horária de trabalho nos navios varia entre 10 e 14 horas diárias, dependendo da companhia. "É difícil, mas você está sempre em lugares que não poderia ir se trabalhasse no Brasil", conta Sheila Dias, que já trabalhou quatro vezes em cruzeiros. O turno, no entanto, é dividido em partes. Um garçom, por exemplo, pode trabalhar pela manhã, descansar à tarde e voltar à noite. E se o navio estiver ancorado, o tripulante pode descer e fazer os mesmos passeios que os turistas fazem.

Para a psicóloga organizacional Arlete Zagonel Galperin, diretora da ZHZ Consultores, este tipo de trabalho não é para qualquer pessoa. "Se a pessoa gosta do trabalho, se tem uma meta, vai encarar a experiência de uma forma mais sadia", diz. "Agora, se ela acha que vai fazer turismo e não tem consciência de que vai trabalhar muito e que vai enfrentar muita pressão, ela pode desenvolver ansiedade, insônia, cansaço e estresse."

Arlete diz que o trabalho é mais indicado para aqueles que não têm muitos vínculos pessoais, para pessoas flexíveis, abertas a novas experiências e independentes emocionalmente. "É mais indicado para jovens e solteiros, mas eles precisam ter maturidade para saber como que vai ser."

Wagner Otávio Gabardo é um dos que não se adaptou a essa vida de cruzeiro. "Todo mundo acha que você vai só se divertir, mas o trabalho é puxado. Para mim, o único ponto positivo foi conhecer o Caribe e mergulhar em Belize e nas Ilhas Cayman." Ele foi contratado enquanto fazia o curso de Chef de Cuisine do Centro Europeu, recrutamento que acontece todos os anos na escola. Gabardo conta que agüentou trabalhar por dois meses (com carga de 70 horas semanais), e recebeu US$ 700 por mês. "Eu fui para ganhar experiência, mas não gostei muito do trabalho, achei repetitivo. Outro problema é que morar e trabalhar no mesmo lugar cansa e você não tem liberdade."

Além das agências recrutadoras, quem procura esse emprego pode tentar entrar em contato diretamente com as companhias. "Neste caso, é necessário saber em qual área quer trabalhar e dominar o inglês, que é a língua usada por toda a tripulação", explica Marco Cardoso, que trabalhou por 15 anos em cruzeiros e hoje mantém o site www.viagensdenavio.com.br. (MS)

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