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O fim do impasse entre os Correios e os trabalhadores da empresa, em greve há duas semanas, foi adiado mais uma vez. As partes não chegaram a um acordo em audiência de conciliação realizada nesta terça-feira (25) no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Esse foi o segundo encontro após os Correios ajuizarem dissídio coletivo de greve no tribunal.

A ministra Kátia Arruda, relatora do caso, ressaltou que esta era mais uma tentativa de "aparar as arestas" antes da sessão de julgamento do dissídio, marcado para a próxima quinta-feira (27).

Na audiência anterior, na semana passada, a vice-presidente do TST, ministra Maria Cristina Peduzzi, apresentou uma proposta que previa, entre outras medidas, um reajuste de 5,2% (reposição da inflação), reajuste de 8,84% nos vales alimentação e refeição e aumento linear de R$ 80. Os termos, entretanto, foram rejeitados pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. A estatal não apresentou nenhuma contraproposta nesta terça.

Os Correios oferecem um reajuste de 5,2%. O vice-presidente jurídico dos Correios, Jefferson Carús Guedes destacou o cenário econômico internacional como fator para o índice proposto. "Isso se deve principalmente à situação econômica e financeira da empresa que não permite (...) uma proposta diferente dessa", ponderou.

Guedes criticou ainda a proposta de um reajuste linear, para todos os servidores dos Correios, proposto pela vice-presidente do TST. Segundo ele, uma medida como essa traz "uma série de inconvenientes", uma vez que não terá mesmo impacto para trabalhadores que exercem a mesma função, mas têm tempo de serviço diferentes. "O que se cria é uma insatisfação diante dos reajustes lineares para os trabalhadores de mesma categoria."

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), por outro lado, destacou que a maioria dos seus sindicatos aceitaram os termos propostos pela ministra do TST. A entidade, a princípio, pedia um reajuste salarial de 43,7%, entre outras demandas.

A relatora do caso, ministra Kátia Arruda, insistiu na tentativa de se chegar a um acordo -a audiência durou pouco mais de cinco horas. "Penso que nessa situação, os trabalhadores estão propensos a um acordo, mas tem que haver algo real. Não estamos sequer discutindo aumento linear. O assunto saiu da pauta, tornou-se abstrato", afirmou, sugerindo um aumento do percentual de reajuste proposto pela empresa.

Arruda fez uma última tentativa: propôs reajuste de 6,87% -mesmo percentual do reajuste ocorrido no ano passado- e manutenção de benefício de fim do ano que prevê pagamento de um 13º vale-alimentação -apelidado de "vale peru". O benefício é tradicionalmente dado aos servidores dos Correios com base nos acordos coletivos, mas não estava previsto até então.

Apesar da nova sugestão, trabalhadores e empresa não chegaram a um acordo. "Tentamos exaustivamente, trabalhamos mil possibilidades, mas infelizmente não ha possibilidade de acordo", concluiu a ministra.A decisão, então, será tomada na próxima quinta-feira, data de sessão extraordinária da Seção de Dissídios Coletivos do TST.

A paralisação dos Correios teve início no dia 11 de setembro. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, apenas 11.724 trabalhadores (9,77% do total) estão de braços cruzados.

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