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Ford foi a única montadora a não entrar em concordata nos EUA | Scott Olson AFP
Ford foi a única montadora a não entrar em concordata nos EUA| Foto: Scott Olson AFP

Relatório

GM levará tempo para voltar à bolsa

Agência Estado

Washington - As montadoras General Motors (GM) e Chrysler precisarão de uma "quantidade considerável de tempo" para voltarem a ter ações negociadas em bolsa, de acordo com um relatório do Escritório de Responsabilidade do Governo dos EUA (GAO, em inglês).

O documento cita dois especialistas, sem mencionar nomes, segundo os quais a GM pode não estar pronta para passar por uma oferta pública inicial (IPO, em inglês) de ações no ano que vem, conforme planeja a administração Obama. Os especialistas também consideram mais provável que a participação estatal na Chrysler seja vendida a um particular do que uma IPO da montadora.

Com isso, os planos do Departamento do Tesouro dos EUA para a Chrysler sofreriam uma reviravolta. Segundo os especialistas citados pelo relatório do GAO, a participação pequena do governo na montadora poderia levar as autoridades do Tesouro norte-americano a preferir esta opção.

O Departamento do Tesouro dos EUA detém 9,85% da Chrysler e 60,8% da GM.

Retorno

O relatório cita ainda que a GM e a Chrysler teriam de "crescer substancialmente" para que o governo norte-americano recuperasse todo o dinheiro injetado nas duas companhias. O Tesouro dos EUA concedeu empréstimos de aproximadamente US$ 49,5 bilhões para a GM e de US$ 12,5 bilhões para a Chrysler.

O valor de mercado da GM teria de atingir US$ 66,9 bilhões para que o Tesouro, ao vender sua participação, recuperasse – sem lucros – o dinheiro emprestado à montadora.

Nova Iorque - A Ford Motor Company, única montadora norte-americana a não entrar em concordata nos Estados Unidos nesta crise, surpreendeu o mercado e anunciou um lucro de US$ 997 milhões no terceiro trimestre.

Pela primeira vez em mais de quatro anos a empresa também teve lucro em suas operações na América do Norte. A montadora informou ainda que estancou a "queima’’ de capital de giro e que terminou o período entre julho e setembro com US$ 23,8 bilhões em caixa.

General Motors e Chrysler devem anunciar seus resultados nos próximos dias (leia mais ao lado). Mas ambas também devem ter sido beneficiadas, assim como a Ford, por um programa federal de quase US$ 3 bilhões que incentivou a compra de veículos mais econômicos até agosto.

Em setembro, com o fim do programa, as vendas de automóveis nos EUA tiveram forte queda, levando a um recuo de 7,2% na comercialização de bens duráveis.

A notícia sobre a montadora veio acompanhada de outros indicadores positivos sobre a economia dos EUA.

A atividade industrial no país atingiu o maior patamar em três anos e meio em outubro, e as vendas de casas já construídas registraram alta de 6,1%. Foi o maior salto desde dezembro de 2006 e refletiu uma corrida entre compradores para aproveitar um programa federal de incentivos para novos mutuários.

O indicador da atividade fabril do ISM (Institute for Supply Management) subiu para 55,7 pontos no mês passado, atingindo o maior patamar desde abril de 2006. Também ficou acima dos 53 pontos projetados pelo mercado.

Apesar das boas notícias, após reunião com seus principais assessores econômicos, o presidente Barack Obama advertiu que ainda espera novos aumentos na taxa de desemprego no país e que a recuperação de vagas no setor privado tende a ser lenta.

O nível de desemprego de outubro será divulgado na sexta-feira. Em setembro, ele subiu para 9,8%. Mas outro indicador apurado pelo ISM sugere que o mercado de trabalho em outubro se mostrou mais firme do que nos 15 meses precedentes, indicando que muitas empresas consideram contratar.

"Ainda não chegamos ao ponto onde gostaríamos de estar. Temos ainda um longo caminho pela frente. Os níveis de produção ainda estão abaixo de picos atingidos no passado e, mais preocupante, a criação de empregos ainda não começou’’, disse Obama.

Estímulos

O Fed (o banco central dos EUA) deverá se reunir hoje e amanhã nos EUA e é consenso que deverá manter boa parte dos estímulos à recuperação, assim como as taxas de juro próximas de zero para estimular a atividade.

Norbert Ore, presidente do ISM, afirmou que o indicador da produção industrial apurado em outubro pode sugerir que a economia do país ganhe um ritmo de crescimento anualizado de 4,5% no quarto trimestre.

No terceiro trimestre, os EUA cresceram 3,5% em termos anualizados, mas muitos analistas acreditam que mais da metade desse impulso tenha sido provocado por gastos federais, como os incluídos em pacote de US$ 787 bilhões.

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