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Conforto

Passageiros sairão ganhando

Mesmo que os preços das passagens subam, quem estuda o segmento de aviação não tem dúvidas de que as mudanças propostas pelo Conac serão benéficas para os passageiros. Além de mais seguro, ficará mais "confortável" voar. "Congonhas é um caos, mesmo quando está tudo normal. A frota brasileira passava diariamente três ou quatro vezes por lá, sujeita ao tráfego intenso. Ou seja, qualquer problema ou atraso se refletia na malha toda", diz o consultor Alfredo Malan.

Na opinião do consultor Paulo Sampaio, até hoje a regulamentação se preocupou em proteger o setor. Com as determinações, corrige-se esse desvio e a preocupação se volta para o passageiro. "Para quem sai do Paraná para o Nordeste, por exemplo, será melhor fazer escala em Campinas ou no Galeão. "As condições são bem mais favoráveis. São aeroportos muito mais modernos, com muito mais segurança." (CS)

Preços acumulam queda de quase 23%

Não fosse o caos aéreo, possivelmente os brasileiros estivessem passando pelo melhor momento para voar. Apesar do aumento de 9% em julho, na comparação com junho, os preços das passagens aéreas acumulam queda de quase 23% ao longo dos últimos 12 meses, aponta o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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Ainda não se sabe ao certo em que medida, mas as mudanças no sistema aéreo brasileiro vão chegar ao bolso dos passageiros. Na semana passada, depois do acidente do Airbus 320 da TAM, em Congonhas, o Conselho da Aviação Civil (Conac) anunciou uma série de medidas para desafogar o tráfego do aeroporto mais movimentado do país e combater o "apagão aéreo" que o Brasil enfrenta. Quanto isso vai custar é uma incógnita. Como a crise parece ter esfriado o "superaquecimento" pelo qual passava a aviação, ninguém aposta em grandes diferenças que possam assustar – ainda mais – o passageiro.

Descentralizar a malha, por exemplo, representará aumento de custo para as companhias – diferença a ser compensada no preço das passagens. O próprio governo, ao anunciar as medidas, falou em aumento, ainda que "suave". Na ocasião, o presidente da Infraero, José Carlos Pereira, disse que os passageiros terão que "pagar um pouco mais pela segurança", que será prioridade.

TAM e Gol, as companhias maiores e mais afetadas, consideram prematuro falar em aumento. Ambas informam apenas que estão estudando como ficará a malha – ou o conjunto de rotas aéreas – depois das mudanças.

Para o consultor Paulo Sampaio, especialista em aviação, os maiores aumentos devem ocorrer em passagens que têm Congonhas como destino ou ponto de partida. Porém, se ocorrer, a majoração deve apenas corrigir uma "distorção" criada no país. "No mundo inteiro, aeroportos centrais têm tarifas mais caras que os mais distantes. No Brasil, não. As taxas aeroportuárias são as mesmas em Congonhas, Guarulhos ou Viracopos (Campinas)", diz. "Mesmo que essas tarifas não subam, a operação deverá ficar mais cara."

Além da redução no número de vôos – o número de pousos e decolagens passa de 44 para 33 por hora –, as medidas do Conac também determinam que os aviões pousem em Congonhas com menos peso, o que reduz a ocupação nos vôos.

Também consultor do setor, Gianfranco Beting tem opinião diversa. Ele não acredita que as mudanças signifiquem necessariamente aumento de preço de passagens. Porém, com a diminuição da oferta, o volume de promoções pode cair. "Isso fará com que, na média, pague-se mais para voar."

Beting aposta, no entanto, que as companhias aéreas podem – e devem – absorver o aumento de custos. "O público está ressabiado. Muitas viagens estão sendo canceladas. Haverá queda na demanda e por isso as empresas devem pensar duas vezes antes de elevar as passagens."

Essa também é a aposta do diretor da PB&M Consultoria Aeronáutica, Alfredo Malan. Ele acredita que se o aumento de custo para as companhias chegar ao consumidor, será com pouca intensidade. Isso porque as empresas têm condições de absorver essa diferença que, para elas, também não deve ser muito grande. "Congonhas ficará mais ocioso. O maior custo para as companhias será o deslocamento de pessoal de lá para outros aeroportos, ou então o de alugar mais balcões. O que não é muito para as empresas."

Com relação à viagem em si, transferir as conexões de Congo-nhas para outros aeroportos, se-gundo Malan, não tornará necessariamente a viagem mais longa, e mais cara, para as companhias. "Não é vantagem pousar em um aeroporto apertado, com atrasos freqüentes e condições metereológicas desfavoráveis", diz. "Para um vôo que sai de Curitiba para Recife, pousar em Confins (Belo Horizonte) ou no Galeão (Rio de Janeiro) não aumenta em nada o trajeto."

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