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País não importava energia desde 2010: compra um dia depois do blecaute que atingiu 11 estados e o DF | Christian Rizzi/Arquivo/Gazeta do Povo
País não importava energia desde 2010: compra um dia depois do blecaute que atingiu 11 estados e o DF| Foto: Christian Rizzi/Arquivo/Gazeta do Povo

Reservatórios

Sem chuva, água das usinas só daria para um mês de energia

Estadão Conteúdo

A seca que atinge as Regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste reduziu tanto o nível dos reservatórios que, se não chovesse nada nas próximas semanas, a quantidade de água armazenada daria apenas para um mês de consumo de energia no Brasil.

Os dados foram compilados pelo Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético (Ilumina), com base em dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). "Não vimos essa situação nem em 2001 [ano do racionamento]", diz o presidente do Ilumina, Roberto Pereira D’Araújo. Ontem, os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste estavam com 17,63% de armazenamento – no ano passado, nessa mesma época, o nível dos lagos da região estava em quase 40%.

Um dia depois do apagão que atingiu 11 estados e o Distrito Federal, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) importou uma carga adicional de energia da Argentina para atender a demanda no horário de pico. Segundo o relatório Informativo Preliminar Diário da Operação (IPDO) do ONS, referente a última terça-feira, o país importou uma média de 165 megawatt (MW) ao longo do dia. Essa transferência no horário de pico, registrado às 14h48, atingiu 998 MW. A Aneel considera que 1 MW abastece uma residência durante um mês inteiro.

Na explicação que acompanha o boletim, o ONS dizia que o pedido foi feito para reforçar o abastecimento das 10h23 às 12h00 e das 13h00 às 17h02. A carga foi destinada especificamente ao sistema Sudeste/Centro-Oeste. Desde 2010 que não se realizava esse tipo de operação entre os países. A energia da Argentina entrou no Brasil por meio de uma interligação na estação de Garabi, na cidade de Garruchos (RS).

No mesmo dia, a região Sudeste/Centro-Oeste, considerada uma só pelo ONS, recebeu energia de todas as demais regiões do Brasil. Uma das características do Sistema Interligado Internacional (SIN) é que uma região que tem excedente de geração de energia envia carga para regiões com déficit.

Como os reservatórios das usinas no Sudeste/Centro-oeste estão baixos, com 17,63% de seu nível, tem havido a necessidade de se importar energia de outras regiões.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a importação de energia da Argentina segue na linha do governo de buscar alternativas para atender a demanda dos consumidores, principalmente no horário de pico – que vem ocorrendo no início da tarde, em virtude do forte calor.

A importação está relacionada com um acordo operacional energético entre os dois países e serve para que, em casos de necessidade, um país possa solicitar ao outro o envio de energia. A definição sobre a quantidade de energia necessária para ser feita nesta importação cabe ao ONS.

Na última dia terça-feira, a geração do Sudeste/Centro-oeste no horário de pico foi de 36.782 MW para uma demanda de 50.976 MW. O descasamento entre oferta e demanda foi, portanto, de 14.194 MW.

Incremento

A capacidade instalada do parque gerador brasileiro deve ser ampliada em 7.303 megawatts (MW) em 2015, o que representará uma adição de 5,5% em relação à oferta potencial de energia ao final de 2014. A informação consta em documento publicado na página eletrônica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

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