• Carregando...
A Bovespa acionou o mecanismo de circuit breaker, nesta quarta-feira, depois de atingir queda de 10% | Reuters
A Bovespa acionou o mecanismo de circuit breaker, nesta quarta-feira, depois de atingir queda de 10%| Foto: Reuters

Governo brasileiro decide liberar mais recursos para bancos e exportadores

Mantega e Meirelles anunciam iniciativas para aumentar liquidez em meio ao pior dia de pânico nos mercados de todo o mundo.

Leia a matéria completa

Dolar fecha a R$ 2,20, a maior cotação em dois anos

Fortes emoções e pouca racionalidade. Assim foi a segunda-feira na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A crise de confiança no sistema financeiro internacional e a forte depreciação dos preços das matérias primas levou o Ibovespa a fechar em queda de 5,43%, aos 42.101 pontos.

Leia a matéria completa

  • A trajetória da crise

A segunda-feira deve ficar para a história da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), embora o fechamento dos negócios tenha mostrado um cenário menos catastrófico do que se viu nas primeiras horas de pregão. O Ibovespa encerrou em baixa de 5,43% aos 42.100,79 pontos - a queda é inferior ao declínio registrado no fechamento do último dia 2, por exemplo, quando caiu 7,34%; mas a pontuação é a menor desde 5 de março de 2007 (41.179,6 pontos). O volume financeiro desta segunda totalizou R$ 5,261 bilhões (preliminar).

Mais cedo, contudo, o mercado brasileiro viveu um dia de pânico, contaminado pela forte queda dos principais índices acionário ao redor do mundo. A Bovespa acionou duas vezes o mecanismo de circuit breaker, o primeiro quando a queda bateu em 10%, aos 18 minutos de pregão - os negócios foram interrompidos por meia hora - e o segundo às 11h43, quando o índice derreteu até 15% e parou por uma hora, na terceira vez em que isso acontece em sua história. Excepcionalmente para esta segunda-feira foi criado um novo limite de circuit breaker, que seria acionado caso ocorresse uma queda de 20%. Na mínima, o Ibovespa chegou a registrar queda de 15,50%, aos 37.617 pontos - níveis de dois anos atrás. Na máxima, alcançou 44.502 pontos, com leve baixa de 0,03%. "A situação é de pura falta de confiança", resumiu o gerente de renda variável de uma corretora no Rio de Janeiro. "A leitura é de que a crise norte-americana contaminou de vez a Europa. E, aqui, apesar de o nosso presidente dizer que estamos imunes, fazemos parte do planeta Terra. Assim, resta saber se vai ficar na 'marola' ou se estamos às portas de uma 'tsunami'", comentou.

Após a aprovação do pacote de ajuda ao setor financeiro norte-americano não animar os mercados na sexta-feira, com os investidores questionando como o plano será implementado e qual será a eficácia das medidas para proteger a economia de uma recessão, a falta de um consenso na formulação de uma proposta conjunta pelos líderes europeus no fim de semana para enfrentar a situação naquela região exacerbou as preocupações sobre a piora nas condições econômicas globais, gerando nova e forte aversão a risco, arrasando as principais bolsas internacionais.

Na Ásia, o índice Hang Seng perdeu 5% em Hong Kong e fechou aos 16.803,76 pontos, na menor pontuação desde 26 de julho de 2006. Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei 225 encolheu 4,3%, e fechou aos 10.473,09 pontos - o menor nível de fechamento desde fevereiro de 2004. Na Europa, o londrino FTSE 100 caiu 7,85%, a 4.589,1 pontos, menor nível em quatro anos. O CAC-40, de Paris, perdeu 9,04%, a 3.711,98 pontos, menor patamar desde novembro de 2004.

Em Wall Street, o clima não foi diferente, com as bolsas também registrando fortes perdas. Na mínima, o Dow Jones chegou a cair 7,75%, aos 9.525,32 pontos; e o S&P-500, -8,30%, aos 1.007,97 pontos. Próximo do final das operações, contudo, os índices mostraram recuperação, reduzindo as quedas e beneficiando a Bovespa. O Dow fechou com queda de 3,58% (9.955,50 pontos) e o S&P-500 com recuo de 3,85% (1.056,89 pontos).

De volta ao mercado brasileiro, as maiores perdas registradas entre as ações que compõem o Ibovespa foram de: Rossi Residencial ON (-20,43%), B2W ON (-18,00%) e Aracruz PNB (-15,46%). Apenas dois dos 66 papéis que integram o índice fecharam em alta: Cyrela ON (+2,35%) e Transmissão Paulista PN (+1,03%). No caso das blue chips Petrobras e Vale, as ações PN da estatal caíram 3,23% e as ON, -2,75%; enquanto as PNA da mineradora cederam 6,80% e as ON, -7,61.

O setor bancário também foi bastante castigado. De acordo com participantes do mercado, a preocupação de maiores surpresas em bancos de menor porte no País potencializava as más noticias vindas do exterior. Analistas ouvidos pela editora Sueli Campo no Cenário-1 também citaram que alguns bancos estão mais expostos a operações como as realizadas pela Sadia e Aracruz Celulose e algumas empresas estariam enfrentando dificuldades em liquidar essas operações devido ao empoçamento de liquidez. Nesse contexto, Bradesco PN caiu 6,58%, Itaú PN cedeu 4,74%, Unibanco Units perdeu 2,63% e Banco do Brasil ON desvalorizou-se 7,21%.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]