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Após chegar a subir mais de 1,5% durante a sessão, o dólar reverteu a trajetória e fechou em queda pelo terceiro dia consecutivo, após o comunicado de política monetária do Federal Reserve levar investidores a apostar que os juros norte-americanos não devem começar a subir tão cedo quanto o esperado.

Comunicado do BC americano indica que juros podem subir já em junho

Federal Reserve retirou a palavra ‘paciente’ do texto. Por outro lado, reduziu estimativa de crescimento do país

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A moeda norte-americana caiu 0,52%, a R$ 3,2141 na venda, acumulando baixa de 1,07% nas últimas três sessões. Na máxima da sessão, a divisa subiu 1,54%, atingindo R$ 3,2809.

Bovespa fecha em alta de 2,5%

A Bovespa subiu pelo terceiro dia consecutivo nesta quarta-feira (18), na esteira da divulgação do comunicado de política monetária do banco central norte-americano. O Ibovespa fechou em alta de 2,47%, a 51.526 pontos, perto da máxima do dia. O giro financeiro foi de R$ 8,3 bilhões.

No front corporativo, a empresa de alimentos Marfrig e a do setor imobiliário PDG Realty ficaram entre as maiores altas do Ibovespa, com altas de 6,6% e 10,53%, respectivamente. Operadores apontaram o efeito de “short squeeze” nos papéis – movimento quando uma ação sobe rapidamente com investidores que alugaram o papel para apostar em sua queda precisam comprá-lo.

Papéis de bancos responderam pela principal contribuição positiva no índice, com Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil avançando com força.

A alta de mais de 5% de Kroton também corroborou os ganhos do Ibovespa, em meio a expectativas para o resultado do último trimestre de 2014 da empresa de educação, previsto para antes da abertura da bolsa na quinta-feira.

Já as ações da Ecorodovias tiveram a maior queda do Ibovespa, de 3,68%, após a companhia vencer a leilão de concessão da ponte Rio-Niterói, com uma proposta de tarifa de pedágio 36,67% inferior à tarifa teto fixada em edital.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 600 milhões.

Apesar de descartar a promessa de ser “paciente” para elevar os juros, o Fed reduziu suas estimativas de crescimento, juros e inflação para 2015 e 2016. Alguns operadores já esperavam que o banco central norte-americano adotasse uma postura mais cautelosa, com medo de impactos adversos da alta do dólar global e queda dos preços do petróleo.

“Foi um comunicado relativamente ‘dovish’, mas não tanto”, disse o economista da 4Cast, Pedro Tuesta, que vê chance “muito menor” de o aperto monetário norte-americano ter início em junho. A manutenção de juros baixos nos EUA por mais tempo sustentaria a atratividade de ativos denominados em reais.

Mas, segundo Tuesta, o efeito do comunicado do Fed sobre o comportamento do real nas próximas sessões pode ser limitado. “Reduz a pressão, mas o real está em um mundo próprio. Há uma chance de o Banco Central anunciar o fim do programa de swaps cambiais e há a questão do ajuste fiscal”, acrescentou.

Também por isso, a queda do dólar sobre o real foi menos expressiva do que o movimento em outros mercados de câmbio. O euro, por exemplo, subiu mais de 2% em relação à divisa norte-americana, maior ganho diário desde julho de 2010.

Cenário interno

No front doméstico, as preocupações com o quadro político e econômico do Brasil mantiveram os investidores cautelosos. O Congresso aprovou na noite de terça-feira (17) o Orçamento Federal de 2015, com o maior valor já consignado na lei orçamentária para emendas individuais de deputados e senadores.

“Olhando pelo lado positivo, (a aprovação do Orçamento) parece ser uma trégua temporária nos atritos entre o Executivo e o Legislativo. Mas, é claro, isso não significa que os problemas acabaram”, disse um operador de uma corretora nacional, que pediu para não ser identificado.

Pesquisa Datafolha mostrou que a avaliação ruim/péssima do governo da presidente Dilma Rousseff disparou para 62% em março, na maior rejeição a um presidente desde Fernando Collor de Mello às véspera do impeachment em 1992.

Swap cambial

A dúvida sobre a possível prorrogação do programa de intervenções diárias do BC no câmbio completou o quadro de incertezas. Nesta tarde, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que a autoridade monetária ainda está por decidir o futuro da atuação, mas ressaltou que o atual programa já tem tamanho significativo.

“Tudo sugere que o fim dos leilões diários já está no preço do dólar”, disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

Nesta manhã, a autoridade monetária deu continuidade às rações diárias vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a US$ 97,2 milhões. Foram vendidos 100 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.900 para 1º de março de 2016.

A autoridade monetária também vendeu a oferta integral no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, foram rolados cerca de 46% do lote total, que corresponde a US$ 9,964 bilhões.

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