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O comércio bilateral entre o Brasil e o Japão, que recuou 25% em 2009 por conta da crise financeira internacional, deve retomar um ritmo mais intenso neste ano, segundo previsão feita nesta sexta-feira (16) pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ivan Ramalho.

"Em 2008, o comércio bilateral alcançou US$ 13 bilhões. Mas em 2009, com crise, houve uma queda de 25%, para US$ 9,6 bilhões. Entretanto, no primeiro trimestre deste ano, foi registrado um crescimento de 14%. Muito provavelmente, Brasil e japão já possam voltar a ter [em 2010] o mesmo nível de comércio de 2008. Temos confiança de que o Japão continuará sendo um grande investidor no Brasil", afirmou Ramalho a jornalistas, após reunião do III Encontro do Comitê Conjunto de Promoção de Comércio e Investimentos Brasil-Japão. Em 2008, o Japão apresentou superávit comercial com o Brasil, mas, no ano passado, o comércio foi equilibrado.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, a participação das exportações brasileiras nas compras japonesas é "residual", representando 0,8% do total importado pelo país asiático em 2009. Mesmo assim, o Japão foi o sexto mercado comprador de produtos brasileiros em 2009. Nas importações, situou-se como o quinto maior país fornecedor ao Brasil. Entre os principais produtos vendidos ao Japão, estão: minério de ferro, carne de frango, alumínio, café, ferro em ligas, milho e aviões.

Problemas

No evento, o governo japonês estava representado pelo vice-ministro para Relações Internacionais do Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão (METI), Hiroyuki Ishige, que também trouxe 80 empresários do país asiático.

"Há um forte interesse de empresas japonesas em investir cada vez mais no Brasil, mas elas enfrentam algumas dificuldades. O Brasil é uma das economias mais significativas do mundo, uma das mais importantes do planeta, mas temos impressão de que algumas instituições ainda permanecem em uma época em que o Brasil ainda não era uma das economias mais importantes. Solucionando estes problemas, imaginamos que os investimentos para o Brasil aumentarão ainda mais, e que a transferência de tecnologia será mais intensa", disse Hiroyuki Ishige a jornalistas.

Entre as dificuldades enfrentadas, o vice-ministro japonês citou a burocracia, o tempo de desembaraço do comércio exterior, e, também, dificuldades no recebimento de licenciamentos por seus produtos, além do que ele considerou ser um prazo curto de remuneração (cinco anos, prorrogáveis por mais cinco em alguns casos). "A lei brasileira é um pouco imprecisa em relação a confidencialidade que deve acompanhar este tipo de contrato. Não estabelece claramente proteção a informações importantes no âmbito da tecnologia. Removidas as restrições, acreditamos que a transferência de tecnologia se dará de maneira mais intensa e mais fluida", acrescentou o vice-ministro.

Do lado brasileiro, o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, pediu melhoras no acesso da carne de porco, e do café brasileiro, no mercado japonês. Segundo ele, esses produtos enfrentam barreiras sanitárias. "Tratamos de outros temas relacionados ao desenvolvimento de acordo já firmados sobre cooperação industrial. Buscamos mais celeridade, porque a manifestação do governo japonês no Brasil é bastante grande e há interesse do brasil em recepcionar mais investimentos", concluiu.

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