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Depois de dois anos sem expansão, a economia do Paraná deve crescer este ano cerca de 6%, segundo projeção divulgada ontem pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). O número, que supera os 4,7% estimados pelo mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional, foi calculado com base nas estatísticas disponíveis até a primeira quinzena do mês de novembro.

A previsão otimista para o PIB paranaense aponta para um processo de recuperação da atividade econômica, depois de dois anos de enormes dificuldades e estagnação. O índice de 6% foi obtido na comparação com os dados deprimidos de 2006, ano que em a economia do estado limitou-se a avançar 1,4% em relação ao ano anterior. Já em 2005, praticamente não houve crescimento econômico no Paraná. As projeções do Ipardes indicam que o PIB cresceu no máximo 0,3%. Foi o pior ano para o estado desde 1992, quando a economia recuou 0,13%.

Nos dois períodos – 2005 e 2006 – os fatores que frearam a produção de riqueza no estado foram os mesmos, lembra o presidente do Ipardes, José Moraes Neto. Com 60% de sua economia ligada ao agronegócio, o estado sofreu com a estiagem que castigou toda a Região Sul e reduziu drasticamente a produção agrícola. Além do fator climático, problemas sanitários com a febre aftosa e o cenário internacional marcado pelo câmbio desfavorável e pelos preços depreciados comprometeram a receita de exportação das principais commodities paranaenses, a soja e o milho.

O esperado crescimento da economia em 2007 resulta justamente da reversão dos fatores de seu insucesso nos dois anos anteriores. "Neste ano, não tivemos problemas sanitários, a situação climática foi excelente e o cenário internacional se recuperou. Embora o câmbio continue desfavorável, o preço das principais commodities cresceu significativamente, e isso tem se refletido em todos os setores da economia, na indústria, no comércio e nos serviços", observa Moraes.

A estimativa do Ipardes coincide com as previsões da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), segundo o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt. "Isso porque a produção da indústria paranaense, por exemplo, deve ficar acima da média nacional. O IBGE também deve confirmar isto", afirmou.

Setores

Na safra 2006/2007, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a produção paranaense de grãos totalizará 29,2 milhões de toneladas, o que representa aumento de 21,7% em relação à temporada 2005/2006, quando foram colhidas 24 milhões de toneladas.

No setor industrial, dados de janeiro a setembro mostram um aumento de de 6,8% da produção física, o que corresponde ao terceiro melhor resultado entre os estados. O desempenho pode ser atribuído principalmente à indústria de veículos automotores, máquinas e equipamentos e produtos químicos, cujas taxas de crescimento da produção alcançaram 23,2%, 18,1% e 20,0%, respectivamente, nos nove primeiros meses do atual exercício.

O crescimento do comércio paranaense, segundo o IBGE, foi de 7,1% no acumulado até setembro, com destaque para os ramos de móveis e eletrodomésticos e equipamentos de escritório e informática, que registraram acréscimos de, respectivamente, 10,6% e 27,6% nas vendas.

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