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São Paulo - Após deixar milhares de clientes com tratamento incompleto ao fechar as portas no fim do ano passado, a empresa de implantes dentários Imbra teve a falência decretada a pedido de seu grupo controlador, o Arbeit. Segundo apurou a reportagem, o rombo total da companhia estaria na casa de R$ 220 milhões, incluindo débitos trabalhistas, com fornecedores, clientes e bancos.

Por trás da falência da Imbra está também a briga entre o Arbeit, que comprou a empresa da GP Investimentos em junho de 2010. O pedido de autofalência da Imbra, acatado pela Justiça, argumenta que houve "administração nefasta" na época em que a companhia era gerida pela GP.

Ao acatar o pedido de falência, o juiz Caio Marcelo Mendes de Oliveira, da 2.ª Vara de Falências de São Paulo, convocou todos os administradores da Imbra nos últimos cinco anos para audiências marcadas para os dias 31 de maio e 1.º de junho, com o objetivo de apurar responsabilidades pelos problemas da companhia.

O Arbeit argumenta que, ao assumir a Imbra, encontrou problemas maiores que os relatados pela GP. No contrato de venda da empresa, a administradora de recursos se comprometeu a injetar R$ 40 milhões na operação da companhia – e questiona se o valor foi efetivamente empregado do negócio.

Mesmo com a ajuda financeira, as 27 unidades da Imbra foram fechadas temporariamente três meses após o negócio - nessa época, os salários dos funcionários estavam em atraso. Após a reabertura temporária das lojas, o grupo - conhecido por comprar empresas em dificuldades financeiras - desistiu de vez do negócio. O primeiro pedido de autofalência foi feito em outubro, mas acabou recusado. A segunda tentativa foi protocolada no início de 2011.

"Migalhas"

Segundo os advogados nomeados administradores da falência, Asdrubal Montenegro Neto e Julio Mandel, o problema da falência da Imbra é a pequena quantidade de ativos a ser levantada para cobrir a lista de passivos. "Há só equipamentos e instalações, de baixo valor e difícil venda", explica Mandel.

Montenegro Neto afirma que é pouco provável que os clientes prejudicados sejam compensados pela venda dos ativos da Imbra, pois as dívidas trabalhistas têm prioridade. O Estado apurou que somente os débitos com funcionários diretos e prestadores de serviço estariam perto de R$ 3 milhões.

Como há pouco o que arrecadar porque a Imbra não tem bens – todas as unidades funcionavam em prédios alugados –, Mandel diz que a apuração de responsabilidades pode apontar caminhos para processos judiciais movidos por credores e clientes da Imbra no futuro.

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