Depois de alcançar 2,8% de alta nas primeiras horas de pregão, a Bovespa diminuiu o ritmo e chegou a operar no vermelho. Sempre próxima às oscilações de Wall Street, a bolsa brasileira acabou por melhorar um pouco no fim do dia, para encerrar com ganhos de 0,78%. O dólar terminou cotado a R$ 2,249, em alta de 0,27%.
O impacto do pacote destinado ao setor imobiliário, anunciado ontem pelo governo Lula, foi sentido mais intensamente no começo do pregão, quando as ações das construtoras chegaram a subir mais de 5%. Mas esse reflexo positivo acabou por não se sustentar. "Ao longo do dia, os investidores reavaliaram as medidas do governo. Ainda há muitas dúvidas, como os prazos envolvidos na implementação do pacote. E a empolgação com as ações esfriou", afirma José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator. "Além disso, a volatilidade lá fora continua muita elevada, afetando nossa bolsa", diz.
Das ações de empresas do setor imobiliário, os melhores resultados ficaram com os papéis ordinários de MRV, que subiram 1,05%, e Tenda, com 0,55%. As ações de Rossi Residencial e Gafisa, que são muito mais negociadas na bolsa, terminaram com baixas de 1,94% e 1,59%, respectivamente.
Gangorra
No mercado norte-americano, os pregões foram marcados por intenso sobe-e-desce. Na abertura da bolsa, dados econômicos favoráveis motivaram as compras de ações e levaram o índice Dow Jones a marcar ganhos de 2,66% na máxima.
Mas o mercado virou após o Tesouro dos EUA encontrar baixa demanda no leilão de títulos que realizou pela tarde. No fim do pregão, a Bolsa de Nova Iorque subiu 1,17%. A baixa aceitação dos títulos do Tesouro incomodou o mercado, pois levanta dúvidas sobre a capacidade do governo norte-americano conseguir financiar com sucesso seus pacotes destinados à reativação da economia.
Se dependesse apenas dos dados econômicos apresentados, o resultado de Wall Street tenderia a ser melhor. Ontem foi divulgado que os pedidos de bens duráveis nos EUA registraram alta de 3,4% em fevereiro, o que representou a interrupção de seis meses consecutivos de recuo. Outro dado positivo foi o de vendas de novas moradias, que registrou elevação de 4,7% no país no mês passado.
Inflação e juros
A divulgação do IPCA-15, que ficou em 0,11%, abaixo do que previam os analistas, levou os juros futuros a recuarem. No pregão da BM&F, a taxa no contrato que vence no fim do ano caiu de 9,88% para 9,78%.
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