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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reforçou o discurso de que a economia brasileira está numa desaceleração benigna, na esteira da notícia de que o PIB nacional teve em 2010 o pico em 24 anos e um dia após o Banco Central voltar a apertar o cerco conta a inflação.

"Foi um crescimento adequado, e adequado também é a desaceleração que ocorre, já vinha ocorrendo desde o ano passado", disse Mantega a jornalistas.

Nesta manhã, o IBGE informou que o Produto Interno Bruto subiu 7,5 por cento no ano passado, o maior nível desde 1986.

"Em 2011 nós vamos ver que a economia já está desacelerada, portanto já está num crescimento sustentável", acrescentou o ministro.

Segundo ele, a composição do crescimento anual, que inclui a expansão da indústria e a formação bruta de capital fixo em níveis recordes e forte incremento dos gastos das famílias, revelou que a expansão se deu de forma equilibrada.

Para Mantega, o descompasso mais recente, evidenciado nos dados do IBGE no PIB do quarto trimestre --consumo em alta, enquanto a indústria recuou 0,3 por cento e a agropecuária caiu 0,8 por cento, motivada pelo dólar fraco -- refletem fatores passageiros e tendem a se corrigir nos próximos meses.

"Como o Brasil vinha crescendo acima da média dos demais países, nós importamos mais que exportamos, portanto nós ajudamos os outros países a se recuperarem da crise internacional com nosso mercado interno", disse Mantega.

DE OLHO NOS INVESTIMENTOS

Os dados do trimestre, disse, já apontaram desaceleração dos gastos do governo e a taxa de investimento segue se expandindo em ritmo superior ao do crescimento da economia, o que dá fôlego para uma expansão sustentável neste ano.

O ministro ressaltou que é "muito importante que o investimento continue crescendo acima do PIB".

Por outro lado, ele procurou relativizar a escalada recente da inflação, que tem levado o governo a tomar uma série de medidas corretivas, a mais recente delas o aumento de 0,5 ponto no juro básico, para 11,75 por cento, o nível mais alto em dois anos.

Além disso, o governo detalhou no começo da semana ações para um planejado corte orçamentário de 50 bilhões de reais.

"A inflação já está desacelerando, conforme observado nos índices de preços divulgados recentemente", disse ele, afirmando a pressão de preços à alta das commodities, que tem afetado vários países.

O ministro afirmou ainda que o governo seguirá tomando medidas para apoiar a produção nacional, seja por meio de iniciativas no câmbio ou incentivos de investimentos.

Uma delas será o repasse de 55 bilhões de reais do Tesouro Nacional para BNDES este ano, dentro da terceira etapa do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), lançado para estimular principalmente o investimento em infraestrutura.

"Nós estamos numa transição onde o setor privado está tendo mais condições para financiar investimentos, porém ainda ele precisa de um período de transição", disse Mantega.

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