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Conselho de administração da mineradora decidiu estender mandato de Eduardo Bartolomeu até 31 de dezembro de 2024
Conselho de administração da mineradora decidiu estender mandato de Eduardo Bartolomeu até 31 de dezembro de 2024| Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O conselho de administração da Vale decidiu na sexta-feira (8), em reunião extraordinária, que o atual presidente, Eduardo Bartolomeo, não será reconduzido ao cargo. Ficou definida, no entanto, extensão de seu mandato, que se encerraria em maio, até 31 de dezembro deste ano.

Segundo a companhia, a escolha do novo presidente, que ocupará a função a partir de 2025, “deverá considerar os atributos e perfil necessários para a posição frente a estratégia e desafios futuros da Companhia”. O conselho de administração contará com o apoio de empresa de recursos humanos “de padrão internacional”.

A sucessão do executivo, considerado um quadro técnico da empresa, se transformou em uma novela desde que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou uma pressão para emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega no cargo, ainda no ano passado.

O nome teve repercussão negativa no mercado por não atender aos critérios de governança da empresa e, no fim de janeiro, o próprio ex-ministro desistiu da ideia de ocupar a presidência da mineradora.

Privatizada há quase três décadas, a Vale é uma empresa de capital aberto na B3, a bolsa de valores brasileiras. O governo tem participação indireta, por meio da Previ, que é o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.

Na semana passada, em entrevista à RedeTV, Lula disse que a mineradora “não é dona do Brasil”. “A Vale não pode pensar que ela é dona do Brasil, não pode pensar que ela pode mais do que o Brasil. Então o que nós queremos é o seguinte: empresas brasileiras precisam estar de acordo com aquilo que é o pensamento de desenvolvimento do governo brasileiro. É isso que nós queremos”, afirmou.

A tentativa de interferência do governo na companhia provocou uma divisão no conselho. Uma reunião extraordinária do conselho da empresa para deliberar sobre o tema, no dia 15 de fevereiro, terminou sem consenso. Na ocasião, seis conselheiros votaram pela saída do executivo, enquanto outros seis, por sua permanência no cargo, e um se absteve.

Dessa vez, dos 13 conselheiros, apenas Paulo Hartung e José Luciano Penido, considerados independentes e refratários à influência de Brasília na companhia, votaram contra a saída de Bartolomeo do cargo.

Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, circulam internamente há alguns meses como possíveis candidatos os nomes de Murilo Ferreira, que já ocupou a presidência da Vale, e de Paulo Caffarelli, ex-presidente da Cielo e ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda em governos do PT.

A decisão de estender o mandato de Bartolomeo por sete meses teria levado em consideração o fato de não haver tempo suficiente para a escolha de um novo nome e iniciar o processo de transição até maio.

Em nota, o presidente do conselho de administração da Vale, Daniel Stieler, agradeceu o trabalho do executivo, que estava à frente da empresa desde 2019, inicialmente de forma interina.

“Agradecemos imensamente o empenho e a dedicação do Eduardo nos últimos cinco anos e trabalharemos juntos até o final de seu mandato. Seguiremos conduzindo o processo sucessório de forma diligente e cumprindo com rigor as políticas internas da companhia”, declarou Stieler.

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