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Manifestação em Curitiba reuniu centenas de trabalhadores em prol da queda na taxa de juros | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Manifestação em Curitiba reuniu centenas de trabalhadores em prol da queda na taxa de juros| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Apesar de ter ficado abaixo das expectativas das centrais sindicais, a queda de 1 ponto porcentual na taxa Selic foi interpretada como um sinal positivo pelas lideranças do movimento sindical paranaense.

Na manhã de ontem, centenas de trabalhadores e sindicalistas participaram de uma manifestação em frente à sede paranaense do Banco Central reivindicando uma queda drástica na taxa básica de juros e a manutenção dos empregos. A expectativa era de que houvesse uma redução de, no mínimo, 2 pontos porcentuais na Selic.

A mobilização, organizada pelas principais centrais sindicais do país, ocorreu simultaneamente em outras dez capitais. Segundo os organizadores, no Paraná, cerca de 700 manifestantes participaram da passeata, que partiu da praça Santos Andrade, no centro da capital, e foi até a sede do BC, na avenida Cândido de Abreu, no Centro Cívico.

A justificativa do protesto era de que uma redução acentuada na Selic trará mais estabilidade ao setor produtivo para atravessar o momento delicado em consequência da crise econômica. Segundo os sindicalistas, o patamar atual dos juros inibe o consumo, resultando em queda na produção industrial e no desemprego. Para os organizadores, a redução dos juros é fundamental para aquecer a atividade econômica e garantir os empregos.

"Lutamos por uma baixa um pouco maior, mas o indicativo de queda pode ser bastante positivo. O país precisa dessa redução para retomar o crescimento e gerar empregos. Precisamos abandonar esse passado especulativo e criar um futuro produtivo", avalia o presidente da Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT-PR), Roni Anderson Barbosa.

O sindicalista acredita que a pressão do movimento dos trabalhadores teve influência na decisão do Copom. "Muitos economistas falavam em uma queda entre 0,5 e 0,75. Acho que os protestos pressionaram o Banco Central a tomar uma decisão mais ousada", analisa.

O protesto foi organizado pela Força Sindical do Paraná (Força-PR), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), e a União Geral dos Trabalhadores (UGT). Juntas, as cinco centrais sindicais representam aproximadamente 2,5 milhões de trabalhadores no Paraná.

Protesto nas fábricas

Ainda como parte da manifestação, cerca de 16 mil metalúrgicos fizeram protestos em seis das maiores empresas do setor metal-mecânico da região metropolitana de Curitiba. No início da manhã de ontem, o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) organizou mobilizações na Bosch, Renault, Volvo e WHB, paralisando a produção das unidades entre uma e duas horas. Durante a tarde, o movimento se repetiu nas fábricas da Bosch e Volkswagen.

Nacional

Assim como em Curitiba, sindicatos de todo o país fizeram manifestações pedindo a queda da Selic. "Esperamos que as reduções de juros continuem ousadas nos próximos meses como forma de estimular a economia, a geração de emprego e de renda", acrescentou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique.

Na avaliação dele, a redução da taxa básica de juros é simbólica e deve ser acompanhada pela diminuição dos spreads cobrados pelos bancos públicos e privados.

Mas, para o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, a decisão do Copom foi "tímida e insuficiente". A entidade cobrava uma redução de, ao menos, 2 pontos porcentuais para aquecer a economia no primeiro semestre e dar ânimo ao setor produtivo.

Remédio

"O governo acertou no remédio, mas errou na dose", afirmou Paulinho. "Os membros do Copom estão com uma visão míope diante da atual crise e deterioração econômica mundial. Infelizmente, mais uma vez o governo se curva para os especuladores. Continuamos com uma taxa básica que é proibitiva para o setor produtivo."

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