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Depois de registrar um surpreendente superávit de R$ 30,251 bilhões em janeiro, o setor público consolidado (Governo Central e regionais e empresas estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) registrou déficit primário de R$ 3,03 bilhões em fevereiro, segundo informou nesta quinta-feira o Banco Central (BC). O déficit primário é inédito para fevereiro na série histórica do BC, iniciada em dezembro de 2001.

O dado ficou dentro do intervalo das estimativas colhidas pelo AE Projeções, que variavam de um déficit de R$ 5,5 bilhões a um superávit de R$ 5,7 bilhões. A mediana da amostragem era negativa em R$ 2,6 bilhões. De acordo com o banco, a maior parte do déficit de fevereiro foi causada pelo Governo Central, que encerrou o período com saldo negativo de R$ 7,144 bilhões.

Já os governos regionais contribuíram com um superávit de R$ 4 242 bilhões e as empresas estatais tiveram um déficit de R$ 130 milhões. A autoridade monetária informou também que no bimestre o superávit primário do setor público é de R$ 27,220 bilhões, o equivalente a 3,67% do Produto Interno Bruto (PIB). Em igual período de 2012, essa fatia estava em 5,25% do PIB. Em 2013, o compromisso da administração federal é de economizar R$ 155,9 bilhões para pagar os juros da dívida.

BC eleva para 34,1% do PIB projeção de dívida líquida

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Túlio Maciel, elevou nesta quinta-feira (28)de 33,2% para 34,1% do Produto Interno Bruto (PIB) a projeção de dívida líquida do setor público em 2013. Apesar de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter anunciado um abatimento de R$ 45 bilhões de meta fiscal deste ano, a previsão de dívida líquida do BC leva em consideração o cumprimento de meta cheia de superávit primário do setor público de 3,2% do PIB. Questionado sobre a projeção, Maciel respondeu que ainda não está definido o abatimento. "O decreto (de programação orçamentária) ainda não saiu", disse.

A projeção do BC para a dívida líquida leva em consideração ainda um crescimento do PIB de 3,1% em 2013, taxa de câmbio de 2 reais; Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5 71%; Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de 4,87% e taxa Selic de 7,81%. Ele afirmou ainda que resultado primário de fevereiro ficou abaixo do esperado na projeção de dívida liquida que o BC havia feito para o mês. O BC projetava uma divida líquida de 35,3% em fevereiro, mas o resultado ficou em 35,7%.

Selic

As mudanças das expectativas do mercado financeiro para uma alta da Selic ainda este ano já contaminaram também as projeções do BC para o déficit nominal do setor público e para as despesas com juros. Esta semana, a alteração de apostas para a taxa básica de juros já influenciou os custos de captação de recursos dos bancos e das taxas de retorno exigidas pelos investidores que aplicaram em títulos do Tesouro Nacional.

Com isso, Maciel fez uma série de novas previsões para os indicadores da dívida pública. Ele alterou a projeção para o déficit nominal de 2013, de 1% para 1,2% do PIB. No fim de 2012, essa relação estava em 2,47% do PIB. O chefe do Departamento Econômico do BC afirmou que, por conta da inflação mais alta, houve aumento das projeções para a Selic.

A nova previsão do BC para as despesas com juros é de encerramento em 4,5% do PIB no fim do ano. A estimativa anterior era de 4,2% do PIB e, no fechamento de 2012, estava em 4,85%. "O que determinou a mudança foram os juros. Antes, estavam em 4,2% do PIB e agora estão em 4,5%", comparou. "As expectativas de alta da Selic afetam a projeção do déficit nominal e das despesas com juros", resumiu. Para a dívida bruta de 2013, a revisão da estimativa foi de 56,1% do PIB, para 57,2%. No fechamento de 2012, essa variável estava em 58,6% do PIB.

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