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O grupo mexicano de eletrodomésticos Elektra, de Ricardo Salinas, fez uma oferta para comprar a rede de lojas do Baú da Felicidade, do Grupo Silvio Santos. A maioria das lojas do Baú está localizada no estado de São Paulo e a empresa vem passando por dificuldades desde que adquiriu a Dudony, em recuperação judicial, com dívida de R$ 100 milhões.

Desde a descoberta do rombo de R$ 2,5 bilhões no Banco PanAmericano, Silvio Santos tenta estancar perdas em outras empresas do grupo. O Grupo Silvio Santos, o acionista principal do banco, precisou colocar dinheiro na instituição para cobrir um prejuízo causado por uma fraude contábil. Em seu comunicado oficial, a diretoria do banco menciona "inconsistências contábeis". O dinheiro virá de empréstimo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

O Banco Central descobriu que o PanAmericano vendeu carteiras de crédito para outras instituições financeiras, mas continuou contabilizando esses recursos como parte do seu patrimônio. O problema foi detectado há poucos meses e houve uma negociação para evitar a quebra da instituição, já que o rombo era bilionário. A quebra só foi evitada após o Grupo Silvio Santos assumir integralmente a responsabilidade pelo problema e oferecer os seus bens para conseguir um empréstimo nesse valor junto ao FGC. Como o fundo é uma entidade privada, não houve utilização de recursos públicos. Além disso, a Caixa Econômica Federal, que também faz parte do bloco de controle, não terá de arcar com a perda.

"Mãos de tesoura"

A empresa havia contratado em setembro a consultoria de Cláudio Galeazzi para ajudar a encontrar um comprador para o Baú, mas o Grupo Silvio Santos rompeu ontem o contrato firmado com a Galeazzi & Associados, especializada em recuperação de empresas. A reportagem apurou que declarações de Galeazzi publicadas pelo jornal Brasil Econômico desagradaram a Silvio Santos. Ele disse que estava fazendo um diagnóstico da empresa para saber se valia a pena ou não continuar com o negócio.

Procurado, Cláudio Galeazzi não retornou pedido de entrevista. A revelação de que Galeazzi fora contratado para reestruturar ou buscar um comprador para a rede do Baú criou mal-estar no Pão de Açúcar. Galeazzi é consultor e membro do conselho do Pão de Açúcar, cujas redes Ponto Frio e Casas Bahia concorrem com as Lojas do Baú. O contrato com o Pão de Açúcar não exige exclusividade, mas a revelação teria causado desconforto na empresa de Abílio Diniz.

Aos 70 anos, Galeazzi é conhecido como "mãos de tesoura" e já promoveu a demissão de mais de 20 mil pessoas – número que resulta da soma das demissões ocorridas em todas as empresas reestruturadas por sua consultoria, entre elas as Lojas Americanas, o jornal O Estado de S. Paulo e a Daslu. Em agosto, Galeazzi tornou-se sócio do BTG Pactual.

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