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Curitiba – Muitas pessoas ficam perdidas quando chega a aposentadoria. Viciadas no trabalho, elas se vêem subitamente com muito tempo livre e não fazem a mínima idéia de como preenchê-lo. Algumas acabam caindo em depressão e ficam o dia inteiro de pijama, em casa, assistindo à televisão. Para não sofrer com esses e outros problemas, é bom começar a planejar a aposentadoria bem antes dela chegar, pelo menos com uns cinco anos de antecedência.

Jorge Oliveira é um exemplo. Ele já tinha planejado tudo aos 20 anos de idade. "Enfrentei alguns percalços, claro, como a mudança na legislação sobre previdência, mas se você tem um planejamento fica mais fácil", conta. Oliveira trabalha como técnico em comunicação no Ministério da Saúde e vai se aposentar em cinco anos. Seus planos são se dedicar a trabalhos voluntários de cunho social.

Para o administrador de empresas Armelino Girardi, existem diversas oportunidades de realização na aposentadoria. "Ninguém pode parar, pôr o pijama. Tem que fazer uma atividade. Pode voltar a estudar, despertar competências, fazer uma viagem ao seu próprio interior", explica. Girardi atuou por 30 anos como executivo e agora é um aposentado, ou melhor, um "desaposentado", como gosta de dizer. "O trabalho é só uma parte da vida. As pessoas não podem esquecer da família, dos amigos, da religião", afirma.

Agora ele atua como consultor e conferencista na área de gestão de pessoas e promove o curso "Faça como as águias: renove-se para novos vôos", de preparação para a aposentadoria. Os principais objetivos do curso são mostrar o que fazer com toda a experiência acumulada durante a vida, quais competências podem ser desenvolvidas nesta fase, descobrir que atividades dão prazer e devem ser praticadas e como esquecer as metas, missão e visão da empresa para descobrir as metas, missão e visão de si mesmo. "Tem gente que tem medo de se aposentar, mas eu acho que a aposentadoria deve ser encarada como uma oportunidade", diz.

Segundo Girardi, quem enfrenta mais problemas na aposentadoria são os homens, já que as mulheres em geral aprendem a realizar diversas atividades, por darem uma maior atenção aos filhos. A razão para a falta de iniciativa masculina é a exigência que as empresas fazem de seus empregados. "Existe uma pressão enorme. As pessoas precisam se dar de corpo e alma no trabalho e por isso algumas não dão importância para a vida fora da empresa", fala. Girardi acredita que as empresas começam a despertar para a necessidade de preparar os funcionários para enfrentar a aposentadoria.

Édison Camboim é um dos que receberam essa ajuda. Alguns anos antes de se aposentar em abril de 1997, ele participou do curso de Girardi, que foi patrocinado pela própria empresa, a Sanepar. "Acho que o ideal é planejar antes, pois a aposentadoria não altera só a vida da pessoa, mas da família inteira", justifica o aposentado, que agora se dedica a fazer consertos de casa – antes feitos por profissionais contratados. Édison fez o curso junto com sua esposa, Ângela Camboim, que trabalhava como professora antes de se aposentar. "É muito importante planejar, porque eu não gosto de ficar sem me ocupar e na aposentadoria você fica muito ansioso e estressado se não souber o que fazer", conta Ângela, que acha que esta época é boa para pôr em prática coisas que não se tem tempo de fazer quando se trabalha. Hoje em dia ela se dedica aos amigos, à ginástica, ao trabalho voluntário em uma escola e ao bordado.

Serviço: Armelino Girardi – (41) 3365-3417 – www.agirardi.com.br

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