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Paralisação de bancários em Curitiba e região chega ao 15.º dia | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Paralisação de bancários em Curitiba e região chega ao 15.º dia| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Justiça

Liminar do Bradesco é derrubada

A pedido do sindicato dos bancários da RMC, o TRT-PR derrubou ontem liminar obtida pelo Bradesco na sexta para impedir bloqueios de portas e de funcionários pelos grevistas na capital. De acordo com o desembargador Arion Mazurkevic, a decisão anterior fere o direito do trabalhador à greve. A entidade teve negado mesmo pedido feito no processo do Itaú.

Com isso, os grevistas devem voltar hoje a fechar portas do Bradesco com faixas e cartazes. O banco tem dez dias para recorrer da decisão. Procurado pela Gazeta, o Bradesco afirma que não comenta assuntos relacionados à greve.

A estimativa do sindicato é de que 355 agências e centros fecharam na Região Metropolitana de Curitiba, 261 na capital. O pico ocorreu no dia 26 (378). Dos 18 mil bancários, 14,6 mil teriam aderido à greve pelo 11º ganho real de salário da classe desde 2003.

O comando nacional se reúne hoje em São Paulo para organizar a mobilização quase um mês depois de recusar a proposta de reajuste pela inflação.

Já acostumados a usar caixas automáticos para sacar benefícios, aposentados e pensionistas têm enfrentado em Curitiba dois eventuais entraves durante a greve nacional dos bancários, que entra hoje no 15.º dia. São eles: filas em determinados dias e horários – depois do pico de terça-feira, outro é esperado no dia 5 – e a dificuldade para resolver problemas técnicos que pedem a troca do cartão. O período de pagamento dos benefícios começou no fim de setembro e vai até o dia 7.

"Na falta de caixas eletrônicos preferenciais, aposentados têm esperado bastante nas filas", conta o diretor da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Paraná (Apospar), Tiago dos Santos Vieira. Segundo a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o jeito é tentar canais alternativos, como internet e telefone. Para substituir funcionários em greve, estagiários foram recrutados para orientar correntistas.

O industriário aposentado Altair de Lara, 81 anos, enfrentou uma falha no cartão ao tentar sacar a aposentadoria na terça. "A tarja não passava", explica. Preocupado, caminhou algumas quadras em busca de uma agência do HSBC que estivesse aberta. "Dei sorte", conta Altair, que pediu novo cartão na unidade da avenida Marechal Deodoro, no Centro de Curitiba. Dependendo da instituição, o caso pode ser resolvido pela internet ou telefone, diz a Fenaban.

Na Grande Curitiba, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região afirma que as instituições com mais agências fechadas são Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Sustentados por liminares (interditos proibitórios) do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PR), HSBC e Itaú mantêm veto para bloqueios das portas de suas agências da capital, o que permitiu que mais unidades voltassem a funcionar nesta semana. As decisões não impedem a continuação da greve.

Envelopes

Após receber reclamações de consumidores, o Procon-PR acordou com a Caixa para que o banco mantivesse envelopes para depósitos de cheques em pelo menos dez agências da RMC: Sítio Cercado, Pinheirinho, Portão, Carlos Gomes, Santa Felicidade, Mercês, Marechal Deodoro, Vila Hauer, Bacacheri e São José dos Pinhais. Funcionários estavam recolhendo os itens por questões de segurança.

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