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Entre os pensionistas do INSS, as operações com cartão caíram 73,5% | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Entre os pensionistas do INSS, as operações com cartão caíram 73,5%| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Endividados, os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que operam com o crédito consignado, estão trocando o cartão de crédito, normalmente mais caro, por empréstimo pessoal. O objetivo é abrir espaço no orçamento para pegar ainda mais dinheiro emprestado.E o governo já está de olho no ritmo de crescimento do crédito consignado para que não haja descontrole e descumprimento do limite de comprometimento de renda, que é de 30%. Na semana pas­­sada, o Ministério do Planeja­mento anunciou restrições à concessão desse tipo de crédito para os servidores públicos da ativa e aposentados. As operações para os beneficiários do INSS, no entanto, não tiveram alteração.

Pelas regras do crédito consignado, os beneficiários do INSS podem comprometer até 30% de seu benefício previdenciário com empréstimo. Mas, se o aposentado ou pensionista quiser ter também um cartão de crédito, a distribuição dos 30% muda: 20% fica para o empréstimo e 10% para os gastos no cartão.

Mais fôlego

Para o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical, João Batista Inocentini, muitos dos beneficiários do INSS estão optando pelo cancelamento do cartão para ter um fôlego maior para ampliar os gastos. O problema é que esses aposentados, ao optarem pela renegociação, pegam um empréstimo maior do que o necessário para pagamento das dívidas.

Com o elevado endividamento e cancelamento de cartões, as operações feitas pelos aposentados e pensionistas do INSS com dinheiro de plástico caíram 73,5% em março na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 22,3 mil transações. Em valores, os gastos nos cartão despencaram 85,3%, passando de R$ 99,71 milhões em março de 2009 para R$ 14,63 milhões no terceiro mês desse ano.

"Os aposentados perceberam que não era vantajoso ficar travado com uma instituição financeira por causa de um cartão, que consumia 10% da margem consignável. Por isso eles estão migrando para o crédito", explicou o diretor adjunto de produtos e financiamentos da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Ademiro Vian.

Mas mesmo com a redução das operações com cartão, as transações com crédito consignado (soma dos empréstimos com a utilização do cartão de crédito) para o aposentado e pensionista continuam bombando.

O crescimento está sendo sustentado pelo empréstimo direto. Em março, as operações com crédito consignado somaram R$ 2,58 bilhões, expansão de 111% sobre o mesmo período de 2009.

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