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Paulinho da Força mobiliza sindicalistas contra elevação | Lycer Guimarães/Câmara Federal
Paulinho da Força mobiliza sindicalistas contra elevação| Foto: Lycer Guimarães/Câmara Federal

Pressão

Centrais sindicais prometem protestos contra alta da Selic

Folhapress

Para pressionar o governo e protestar contra uma possível alta nos juros, quatro centrais sindicais – Força Sindical, CTB, UGT e Nova Central – prometeram manifestações em frente às sedes do Banco Central em São Paulo e no Rio de Janeiro hoje. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também disse que promoverá um protesto na quinta-feira caso a elevação da Selic realmente ocorra. "Vamos cobrar o governo para livrar o Brasil de uma especulação financeira desenfreada, que, infelizmente, vem drenando enormes quantidades de recursos", disse Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical." De acordo com o presidente da UGT, Ricardo Patah, o governo "está entre a cruz e a espada". "Deve haver alta de 0,25 [ponto percentual] na reunião. Ou o país convive com a inflação ou terá de haver aumento de juros. A inflação acaba com a cidadania das pessoas, só de pensar o que já vivemos no passado é pavoroso", disse. Para as centrais, a política de corte da taxa de juros Selic e outras medidas adotadas pelo governo – como a desoneração da folha de pagamentos – estimulam os investimentos e impulsionam o crescimento do país.

A alta da inflação, que ganhou visibilidade com a "crise do tomate", pode levar o Banco Central a anunciar hoje o primeiro aumento da taxa básica de juros desde julho de 2011. As apostas dos economistas para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) vão desde a manutenção da taxa Selic, que serve de referência para o custo do dinheiro no Brasil, nos atuais 7,25% ao ano, até uma alta de 0,5 ponto porcentual. A maior parte do mercado, no entanto, espera um aperto menor, com elevação dos juros a 7,5% ao ano. A taxa básica está no menor patamar da história recente.

Até a semana passada, a expectativa predominante no mercado era de manutenção dos juros na reunião deste mês e uma possível alta no fim de maio, quando serão conhecidos os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre.

Sinais

As apostas mudaram depois das declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na última sexta-feira, 12. Mantega afirmou que o governo vai tomar medidas, "mesmo que não populares, como o ajuste na taxa de juros", para combater a inflação. No mesmo dia, Tombini disse que "não há nem haverá tolerância com a inflação".

Ainda ontem, em evento em Belo Horizonte, a presidente Dilma Rousseff, também deu sinais de que o caminho para uma elevação está aberto, ao afirmar que "qualquer necessidade de combate à inflação" poderá ser feita, mas em um patamar de juro menor do que o vivido em épocas anteriores.

Muitos acreditam que as declarações foram motivadas pelo estouro do teto da meta de inflação em março – os últimos 12 meses do IPCA acumulam alta de 6,59% – e a percepção mais latente da população em relação a essa escalada dos preços.

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