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Sem papagaios

Algumas sugestões de economistas para se livrar das dívidas

1) Comece pelas dívidas mais antigas

A chance de obter um bom desconto é maior se as dívidas estão vencidas há mais tempo. Em dívidas de curto prazo é difícil conseguir uma boa negociação.

2) Procure um concorrente

Busque um outro agente financeiro (banco, por exemplo). Para conquistar um novo cliente, ele provavelmente vai oferecer taxas de juros melhores. Mas pesquise com calma e não feche negócio sem ter certeza de que ele será vantajoso.

3) Não gaste mais

A redução das taxas pode dar a impressão de que o consumidor teve um aumento em seu poder de compra. Mas não se iluda: os juros brasileiros continuam entre os mais caros do mundo. Para evitar o endividamento excessivo, o melhor é ter cautela e evitar compras por impulso.

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A queda recente nos juros abriu uma oportunidade para pessoas que estão "penduradas" em dívidas antigas. É a chance de renegociar débitos – com a vantagem de que as taxas atuais são, provavelmente, bem mais baixas do que as dos contratos originais. A renegociação pode resultar em ampliação do prazo de financiamento, redução dos juros ou nas duas vantagens ao mesmo tempo.

Segundo o consultor financeiro Marcos Crivelaro, autor do livro Como sair do vermelho e se tornar um investidor de sucesso (editora Porto de Idéias), uma renegociação pode resultar numa economia entre 10% e 20% em relação ao valor contratado com os juros mais altos.

Ele diz, no entanto, que a falta de conhecimento dos consumidores pode mascarar oportunidades para a renegociação de dívidas. "Em geral, as pessoas acreditam que estão amarradas a um financiamento e que não têm um caminho alternativo", aponta.

"Mas é preciso levar em consideração diversas variáveis, como o patamar das taxas em que o financiamento foi feito e o tempo de contrato. Todos esses fatores são difíceis de serem calculados pelo próprio credor e é quase impossível que o consumidor consiga essas informações diretamente com o credor", ressalta.

O economista José Pio Martins, professor da Universidade Positivo, faz uma ressalva: nas dívidas de curto prazo, de até 90 dias, dificilmente o devedor conseguirá algum benefício. Geralmente os bancos utilizarão o argumento de que no momento daquela captação o custo do dinheiro também foi maior. Já nos casos em que as taxas de juros são tradicionalmente altíssimas, como no cheque especial e cartão de crédito, o economista aconselha a "troca das dívidas". "Nestes casos, é possível fazer um empréstimo com outro banco e quitar a dívida pagando juros menores", aconselha.

A dica é que consumidor tente renegociar a dívida com algum concorrente – outro banco ou outro agente financeiro. Para isso, o melhor caminho é levar o contrato e ver quais as melhores condições oferecidas. "É importante que a pessoa pesquise com calma, e não se deixe levar pelo desespero. Também é preciso que as comparações sejam feitas em bases iguais, caso contrário, uma oportunidade aparentemente boa pode custar mais caro do que o financiamento inicial. E nunca é demais avisar para que o consumidor desconfie de ofertas 'milagrosas', com taxas muito abaixo das praticadas no mercado", alerta Crivelaro.

A princípio, a renegociação pode ser feita em diversas modalidades dos financiamentos mais comuns, como empréstimos ou compra de bens e serviços por consumidores inadimplentes, ou em dia com suas mensalidades. Mas é preciso ver se contratualmente não há nenhuma restrição, com a incidência de multas.

Para evitar o endividamento, fuja das compras por impulso

Em casos específicos, em que os valores a serem renegociados são relativamente pequenos, por exemplo, pode ser difícil encontrar um agente disposto a renegociar a dívida. "Aí, é questão de ter paciência e buscar um agente que tenha esse interesse. Mas é preciso alertar para que ninguém ache que emprestar de um agiota é a melhor solução", ressalta o economista Marcos Crivelaro.

Para o consultor, toda renegociação envolve o passado e, para garantir um futuro financeiro mais estável, o consumidor deve repensar suas atitudes. "O consumidor está pagando pelas atitudes já tomadas, sejam elas questionáveis ou não". O consultor orienta que, para garantir uma tranquilidade financeira, o consumidor só contraia novas dívidas quando as principais já tiverem sido quitadas.

Isso significa fugir das compras por impulso. Segundo o professor de administração financeira do Centro Universitário Unifae, Samir Bazzi, os juros mais baixos criam um efeito ilusório de aumento no poder de compra, fazendo com que o consumidor comprometa boa parte de seu orçamento sem levar em conta a existência de outros financiamentos em andamento. "É preciso avaliar se o consumidor que está comprando realmente precisa adquirir o bem naquele momento", diz.

Para quem já está com problemas, outra possibilidade é a quitação antecipada do débito. Pio Martins lembra que todo consumidor tem assegurado o direito de pagar uma dívida antecipadamente, exigindo que as taxas de juros embutidas na parcela sejam descontadas. "Por isso muitos bancos se recusam a receber parcelas antecipadas. Mas o consumidor pode, sim, pagar um financiamento antecipado", explica.

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