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Falamos tanto em trabalho, deveres, objetivos, qualificações, metas, mas por vezes parecemos esquecer-nos de um ingrediente essencial e condicionante ao bom desempenho profissional: o descanso. Isso mesmo. Todos nós, humanos, precisamos de descanso. Diretores e garis, operários e presidentes.

Antes de falar sobre descanso, vamos entender como chegamos a este nível de tensão, de pressão. O mundo é atualmente uma competição global. Em qualquer banca de jornal que vamos, encontramos itens de Taiwan, EUA, China. Em nossos carros, uma parte vem da Bélgica, outra da Coreia, outra do Tocantins e outra da Argentina. Os negócios, portanto, têm uma necessidade constante de inovar, criar e controlar – para que não percam dinheiro para empresas de outros lugares. Além disso, todas as atividades ficaram mais complexas que antes, elevando o nível mínimo de desempenho das empresas e, consequentemente, de estresse e pressão nas equipes.

O resultado final disso tudo, obviamente, deve ser o lucro. E se a sua empresa, ou cada um de nós, não fizer a sua parte, a concorrência fará. Desta maneira, nossos chefes e empresas criam as metas e nos colocam sob pressão. Pressão essa que cada um tem uma maneira de administrar. Alguns conseguem fazê-lo com facilidade, enquanto outros simplesmente não conseguem se desligar e relaxar e acabam tendo sérios problemas de saúde, como contarei abaixo.

Recentemente uma grande amiga minha me ligou. Funcionária de um banco e acostumada a lidar com pressão, estava aos prantos. Desesperada, temia perder o emprego e que o marido tivesse o mesmo destino em breve. Após conseguir acalmá-la, consegui entender que estava naquele estado de nervos pela falta de descanso. Mal se lembrava da última vez que teve férias ou do último feriado em que havia se desligado totalmente do trabalho. O gatilho desencadeador: seu marido havia comentado que um colega dele havia sido demitido e que ele havia assumido algumas novas funções. Nada com que realmente devesse se preocupar.

Por outro lado, conheci um médico recentemente, candidato a uma posição na área de saúde. Começara a carreira como pesquisador e, posteriormente, passou a atuar como médico-cirurgião. Após ter descoberto e percebido a capacidade impressionante que esses profissionais têm de tomar decisões rápidas e seguras, admirei a capacidade que ele tinha em administrar a pressão no centro cirúrgico com a equipe. Mesmo trabalhando com vidas e por muitas vezes ficar horas debruçado sobre um paciente, ele conseguia administrar o clima e humor da equipe com uma leveza impressionante. Aplicava a pressão nos momentos certos e descontraía sempre que possível, amenizando as tensões da equipe, entre anestesistas e instrumentadores.

Em outro caso, entrevistei uma profissional do ramo de educação. Trabalhava em uma editora e o comportamento da então gestão dela era tão imatura e irritante que, mesmo tendo uma equipe de trabalho descontraída e as metas estarem totalmente sob controle, ela teve uma crise de estresse que paralisou seus braços totalmente. Foi levada ao hospital e medicada. Os músculos demoraram mais de um dia para voltar ao estado normal, de tão tensos que estavam.

Além desses casos, há pessoas que "engatam" uma empresa na outra, e acabam ficando anos sem tirar férias completas. Conheci uma profissional assim. Passou oito anos sem tirar férias. Não raro ela tinha crises de labirintite. Obviamente, cada pessoa responde aos estímulos psicológicos do trabalho de uma maneira.

Os gestores de empresas defendem que esses "apertos", na medida certa, produzem ótimos efeitos na equipe. Fazem a equipe produzir resultados melhores e em menos tempo. Entretanto, quando a pessoa não consegue controlar bem a ansiedade, acaba ficando doente.

Algo interessante de se analisar é a maneira com que as pessoas respondem à pressão: há aqueles que só trabalham sob pressão, e há outros que "espanam", como se diz por aí. Ou seja, nada conseguem fazer. Isso acontece porque, na maior parte das vezes, não sabem por que aquela pressão está sendo exercida, e porque temem o desconhecido. Por isso, muitos psicólogos defendem que as lideranças devem sempre deixar claro porque a equipe está sendo pressionada, para que dessa maneira trabalhem com tranquilidade naquele período de tempo específico.

Obviamente, pressão em excesso e por tempo demais, combinada com a falta de descanso, desgastam qualquer um física e mentalmente. Por isso, aproveite bem não somente este, mas os próximos feriados e férias que virão. Faça destes dias de descanso sagrados, para que nada lhe estrague este tempo destinado ao descanso, ao repouso, ao prazer. No artigo desta terça falarei sobre as principais manifestações físicas e emocionais do estresse. Até lá!

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