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Operador trabalha com opções de petróleo na New York Mercantile Exchange: pregão de ontem teve altos e baixos | Brendan McDermid / Reuters
Operador trabalha com opções de petróleo na New York Mercantile Exchange: pregão de ontem teve altos e baixos| Foto: Brendan McDermid / Reuters

Conflito ainda não ameaça recuperação

As preocupações com o alto preço do petróleo, que poderia conter a atividade econômica, se refletiram nas bolsas norte-americanas. As ações atingiram seu pior nível quando o preço do barril do petróleo tipo Brent se aproximou de US$ 120 devido às manifestações na Líbia.

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Nova York - Um alto funcionário do setor de petróleo da Arábia Saudita disse ontem que seu país está em "conversações ativas" com várias companhias europeias sobre como compensar a redução na produção da Líbia, que levou o preço do petróleo Brent, usado como referência na Europa e na Ásia, a subir para perto de US$ 120 por barril ontem. No fim do dia, porém, o preço recuou e fechou em US$ 110,18. Segundo esse funcionário, as conversações com as refinarias são "sobre se elas precisam de petróleo extra e, neste caso, quanto, de que qualidade e quando". "Podemos suprir imediatamente", disse ele.

Para Olivier Jakob, diretor executivo da Petromatrix, "esse é um passo positivo, que deve remover alguma pressão dos preços". "É o primeiro sinal que temos de que os sauditas estão preparados para fazer alguma coisa." Analistas contrastam essa situação com a de 2008, quando o preço do petróleo bruto subiu a US$ 147 por barril e a Arábia Saudita foi lenta em aumentar sua oferta; naquela ocasião, o governo saudita atribuía a alta dos preços à ação de especuladores financeiros e isso alimentou a preocupação de que a Arábia Saudita não tivesse capacidade ociosa de produção para aumentar a oferta, caso quisesse fazê-lo.

Estimativas

Há informes contraditórios sobre a redução da produção de petróleo da Líbia que a revolução em andamento no país teria causado. Algumas estimativas falam em 400 mil barris por dia, cerca de 25% da produção total do país, de cerca de 1,6 milhão de barris por dia. Segundo o executivo-chefe da italiana Eni, Paolo Scaroni, a queda de produção da Líbia é de cerca de 75%, ou 1,2 milhão de barris por dia. A Líbia é o 12.º maior exportador mundial de petróleo e vende a maior parte do que produz para a Europa, especialmente para a Itália. De todas as companhias internacionais de petróleo, a Eni é a que tem a maior exposição à Líbia, que responde por 8% da produção total da empresa.

O funcionário saudita disse que seu país "sem dúvida pode, e está disposto a suprir mais petróleo ao mercado" e que não vê "nenhuma razão para o preço do petróleo subir". Duas opções estariam sendo estudadas: embarcar mais petróleo para a Europa por meio do oleoduto Leste-Oeste, que liga o Golfo Pérsico ao porto de Yanbu, no Mar Vermelho, ou introduzir acordos de troca, pelos quais o petróleo produzido no Oeste da África para clientes na Ásia seria redirecionado para a Europa e a Arábia Saudita compensaria isso fornecendo diretamente aos compradores asiáticos.

A Nigéria produz petróleo leve da mesma qualidade da Líbia; a Arábia Saudita produz cinco tipos diferentes de petróleo, que poderiam ser misturados de modo a se adequar às especificações requeridas pelas refinarias europeias.

Outro funcionário saudita afirmou que os países do Oeste da África que são membros da Opep se disseram dispostos a repor o petróleo líbio. "Queremos assegurar ao mercado que a Opep não permitirá nenhum desabastecimento no mercado e que os preços atuais não se justificam", disse.

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