O governo da presidente argentina, Cristina Kirchner, confirmou ontem sua decisão de rescindir o contrato da empresa brasileira América Latina Logística (ALL), que tinha a concessão de duas linhas ferroviárias, percorrendo um total de 8 mil quilômetros, e transferir o serviço ao Estado. Em coletiva na Casa Rosada, o ministro do Interior e Transportes, Florencio Randazzo, também anunciou a reestatização do Trem da Costa, uma das atrações turísticas da província de Buenos Aires. Em ambos os casos, o ministro argentino alegou "graves irregularidades" por parte das empresas privadas.
Randazzo não descartou futuras estatizações no setor ferroviário. "Não descartamos adotar qualquer tipo de decisão. Se temos de avançar na estatização de outras linhas , estamos dispostos a fazê-lo, caso o serviço não melhore", disse. Em casos anteriores, o governo Kirchner rescindiu contratos de administração de linhas ferroviárias, mas entregou as concessões a outras empresas privadas. Esta é a primeira vez que o Executivo argentino reestatiza ferrovias.
De acordo com Randazzo, as multas aplicadas à ALL, que nos últimos meses foi submetida a auditorias estatais no país, representam cerca de 30% do contrato de concessão. O governo Kirchner assegura que a empresa deve em torno de 200 milhões de pesos (US$ 39 milhões) ao Fisco local.
Os rumores sobre a reestatização das concessões que estavam em poder da ALL começaram a circular no país há vários meses. Em março deste ano, a Auditoria Geral da Nação divulgou um relatório no qual afirmava que a empresa brasileira estava descumprindo obrigações previstas no contrato de concessão. O serviço até hoje fornecido pela ALL passa pelas províncias de Mendoza, San Luis, San Juan, Córdoba, Santa Fe, Misiones, Corrientes, Entre Rios e Buenos Aires. São duas linhas ferroviárias, que agora passarão a ser operadas pela estatal Belgrano Cargas e Logística. Ambas linhas estão unidas a outras no Uruguai e no Brasil.
O ministro assegurou que as empresas reestatizadas cometeram "graves irregularidades", entre elas "falhas" no sistema de transportes, "falta de investimentos" e "abandono do material e ferrovias". O ministro Randazzo informou, ainda, que será realizada uma "verificação" para detectar eventuais danos ao sistema ferroviário nacional, por parte da Comissão Nacional de Regulamentação e Transporte.
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