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Fronteira do Brasil com a Argentina, em Foz do Iguaçu: restrições também incomodam exportadores do Uruguai, Chile e México | Cristhian Rizzi/ Gazeta do Povo
Fronteira do Brasil com a Argentina, em Foz do Iguaçu: restrições também incomodam exportadores do Uruguai, Chile e México| Foto: Cristhian Rizzi/ Gazeta do Povo

As barreiras argentinas contra importados devem ter desdobramentos nesta semana. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) já preparou o documento que será entregue ao ministro de Desenvolvimento, Miguel Jorge, pedindo a intervenção do governo para reverter os cancelamentos de pedidos de mercadorias do Brasil por parte dos supermercadistas argentinos. Considerando apenas a semana passada, os atacadistas cancelaram 25% das compras de alimentos e bebidas dos produtores brasileiros.Mais que comercial e econômico, o assunto é político. A presidente Cristina Kirchner desmente medidas de restrição à entrada de alimentos. De fato, não existe nenhuma medida escrita que restrinja a entrada dos alimentos estrangeiros similares aos da produção local. A ausência de uma medida "orgânica" inibe os países prejudicados em suas reclamações contra a Argentina. As restrições foram transmitidas verbalmente pelo secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, aos importadores e supermercadistas nos primeiros dias de maio. Na ocasião, Moreno afirmou que ninguém poderia mais comprar de outros países alimentos que são produzidos pela indústria local. Moreno ameaçou com inspeções da Receita Federal nas empresas que desobedecerem a suas "sugestões".

Demais vizinhos

Os exportadores do Uruguai não recebem pedidos de compras da Argentina há mais de 10 dias. O presidente José "Pepe" Mujica pediu explicações ao governo de Cristina Kirchner e vai discutir o assunto pessoalmente com a colega em um encontro marcado para o dia 4.

No Chile, a situação é similar. Tanto que a pressão dos empresários chilenos sobre o presidente Sebastián Piñera levou o governo a desarquivar o único problema pendente de seu país com a Argentina nos Andes: Piñera retomou disputa territorial com a Argentina. O presidente do México, Felipe Calderón, enviou uma carta ao seu embaixador em Buenos Aires pedindo detalhes a respeito das barreiras sobre as quais os empresários mexicanos se queixam ao governo. As restrições contra os alimentos também despertou a fúria da UE e da China.

O Brasil, destino de 30% das exportações argentinas, é um dos três países mais prejudicados pelo protecionismo do país vizinho. Depois vêm a China e países da Europa.

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