Corredor de acesso ao caixa em supermercado de Curitiba: espera na fila é oportunidade para comprar mais| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Antes da fila

Consumidor deve distinguir necessidade de vontade

A professora Alison Mazza já levou para casa produtos que não precisava, mas sem colocar na lista, lembrou de levar pilha e aparelhos de barbear porque estavam próximos do caixa. "Às vezes levo produtos por necessidade, mas outras vezes, só para agradar os filhos. Se você está com fome na fila, não resiste e leva algo para comer", conta.

Para evitar as compras desnecessárias ou excessivas, Vera Rita de Mello Ferreira, professora de psicologia econômica da Fipecafi e autora do livro Decisões Econômicas – Você já parou para pensar? (editora Saraiva), recomenda que as compras têm de ser feitas em dias mais tranquilos, sem estresse e sem fome. "As pessoas são movidas por impulso. Se estamos à toa na fila de espera, olhando produtos e imaginando os bens que eles nos farão, somos fisgados pelo impulso e compramos", explica.

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Controle-se!

Ana Paula Mussi Cherobim, professora de Administração da UFPR, revela algumas estratégias para evitar a compra por impulso

• Na fila, em vez de pensar no que pode ter esquecido, o consumidor deve analisar se realmente precisa dos itens que estão no carrinho. Isso faz com que ele preste atenção nas compras e não no que está a sua volta.

• Faça uma lista de compras e siga o que está anotado. Caso lembre de alguma coisa na loja, anote na lista ao invés de pegar e colocar direto no carrinho. Isso faz com que o consumidor reflita se precisa ou não do item.

• Não adianta fazer economia antes da fila para comer ou comprar algo supérfluo na saída do supermercado. A compra por impulso acontece antes e depois do caixa.

• Para evitar itens de decoração e equipamentos para o lar, que podem estar no caminho das compras, o consumidor pode se planejar para comprar algo mensalmente. Pode anotar tudo o que quer comprar, como vassouras, potes e copos, e a cada mês comprar um produto. Com isso, a compra é programada e deixa de ser impulso.

Quem nunca se flagrou colocando no carrinho um chocolate ou um salgadinho enquanto esperava na fila do caixa do supermercado? A compra por impulso, que pode parecer ter um custo imperceptível para o consumidor, pesa no bolso e engorda em até 15% o faturamento do varejo. As empresas usam sua estratégia para vender mais e o consumidor pode usar as suas táticas para evitar as compras não planejadas.

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VÍDEO: Veja depoimentos de consumidores revelando os itens que mais compram por impulso

Uma pesquisa da P&G, gigante americana que atua nos setores de beleza, higiene pessoal e limpeza, mostra que a compra de produtos colocados na boca do caixa pode aumentar em 15% o faturamento dos supermercados – o que, em um setor que faturou R$ 224,3 bilhões em 2011, segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), representa algo em torno de R$ 33,6 bilhões em compras naqueles poucos minutos de espera.

Concluída no primeiro semestre deste ano junto aos principais varejistas do país, a sondagem revela que o consumidor brasileiro gasta, em média, de cinco a oito minutos na fila do caixa – momentos em que os clientes são fisgados. "Expor produtos na área do caixa é uma prática comum nas redes varejistas de todo o mundo. É importante pensar no ‘check out’ porque é o momento final do consumidor na loja, onde ele vai comprar o que não está na lista", explica o diretor comercial da P&G, José Antônio Valdez.

O superintendente da Abras, Tiaraju Pires, afirma que os caixas e as pontas de gôndolas são chamadas de "pontos quentes" pelos varejistas. "Sabemos que há o impulso do consumidor em comprar o que está em destaque, às vezes porque é lançamento ou porque está em promoção, ou ainda porque ele está na fila esperando e olhando os produtos expostos", avalia.

É o que acontece com o aposentado Ludeger Antonio Zamuner, que nunca resiste a tentação de levar algum agrado para os netos. "Compro chocolate e sorvete quando estou nas filas. São coisas que estão fora da lista, mas quando colocam à nossa vista, cria-se uma necessidade e uma oportunidade de comprar", diz.

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Outra que não resiste aos produtos expostos na fila é a empresária Vilma Hegedus, que consegue evitar os doces, mas não as revistas. "Eu me controlo muito para não levar chocolates e guloseimas, mas acabo comprando revistas. Se estou na fila e vejo uma capa interessante, compro", destaca.

O professor de Marketing e Publicidade da PUCPR Felipe Belão explica que há técnicas de merchandising pensadas para dar mais atenção a produtos do interesse do supermercado.

E você?

O que você mais compra por impulso enquanto está na fila do supermercado? Consegue evitar a tentação de levar algo enquanto espera ser atendido?

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Economia | 2:10

Consumidores contam o que mais levam enquanto aguardam na fila e as razões para comprar produtos que não estavam planejados.