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Às 15h30 de amanhã, o volume de impostos federais, estaduais e municipais pagos pelos brasileiros desde o início do ano vai atingir a marca de R$ 500 bilhões. Em 2005, essa cifra só foi atingida em 6 de setembro, ou seja, 27 dias depois. Em 2006, a arrecadação pode superar a marca de R$ 800 bilhões, ultrapassando com folga os R$ 731,8 bilhões do ano passado. Os dados são do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), que mantém em seu site o "impostômetro", um sistema que acompanha as receitas tributárias dos governos municipais, estaduais e federal.

Na noite de ontem, o mostrador ultrapassava a marca dos R$ 426,3 bilhões pagos em impostos desde 1.º de janeiro. Isso significa que, por minuto, o poder público arrecada cerca de R$ 1,6 milhão.

O tributarista curitibano Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT, explica que, apesar do aumento da arrecadação, a chamada carga tributária deverá ter leve queda neste ano. Em 2005, o volume pago em impostos foi equivalente a 38,82% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. "Neste ano, deve ficar entre 36,8% e 37%", diz Amaral. "Mas isso não significa que a carga tributária esteja em trajetória de queda. Essa redução significa apenas uma acomodação natural após um período de alta. Em 2002, por exemplo, a carga era de 35,84% do PIB."

Segundo Amaral, o ideal para a economia brasileira – e o bolso do cidadão – seria reduzir essa proporção ao mesmo nível da Coréia do Sul, que é de 25,5% do PIB. Mas isso só será possível quando o país começar por reduzir o desperdício nos gastos públicos. "Se o gestor for profissional, ele reduz a carga tributária. O problema é que o poder público não tem teto de gastos", comenta o tributarista, que considera a questão dos impostos um dos pontos mais importantes das eleições deste ano. Mas ele avalia que, até agora, nenhum dos candidatos à presidência apresentou uma proposta consistente nessa área.

"O único que falou nisso por enquanto foi o Geraldo Alckmin (PSDB), que prometeu reduzir a carga tributária em dez pontos porcentuais", afirma Gilberto. "Só que ele não explicou como. Em quatro anos, essa redução não é factível, não importa quem assuma a presidência."

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