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Garagem da Locamérica, em Belo Horizonte: estreante | Divulgação
Garagem da Locamérica, em Belo Horizonte: estreante| Foto: Divulgação

Escolha

Investidores devem ser mais seletivos e buscar segurança

Segundo Fernando Fricks, da consultoria Diversinvest, além do cenário macroeconômico, os investidores estão analisando também o contexto microeconômico que está relacionado à empresa na qual ele pretende investir. Ele cita o exemplo da novata Unicasa, que só conseguiu ser efetivada porque baixou o valor inicial das ações – estimadas pela empresa em seu prospecto entre R$16,50 e R$ 20,50 – para R$ 14. "A empresa acabou oferecendo um desconto e ainda não chegou à faixa esperada.", diz. É preciso ainda conhecer a governança corporativa da empresa. "Tudo isso contribui para a segurança do investidor", afirma Fricks. "Antes de investir é preciso conhecer detalhadamente o prospecto divulgado pela empresa", acrescenta.

A estreia de três empresas na BM&FBovespa agitou o mercado de capitais na última semana, depois de nove meses sem novas aberturas de capital. A primeira a abrir a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), na segunda-feira, foi a Locamérica, empresa de locação de veículos. Na sequência vieram o banco BTG Pactual, que começou a operar na quinta-feira, e a fabricante gaúcha de móveis planejados Unicasa, que estreou na bolsa na sexta-feira.

Enquanto as ações da mineira Locamérica tiveram uma estreia tímida na bolsa de valores, com preço fixado em R$ 9 (18,2% abaixo do piso inicial que era de R$11), os papeis do banco BTG Pactual iniciaram com grande valorização e custo de R$ 31,25 por unit. Já a Unicasa registrou a maior alta no primeiro pregão, com aumento máximo de 8,07% sobre o valor de saída, fixado em R$14. Além do maior valor por unit, o BTG pactual também liderou o montante de captação de recursos com R$ 3,66 bilhões. Unicasa captou R$ 425,6 milhões e Locamérica conseguiu R$ 313,926 milhões. Juntos, os três primeiros IPOs deste ano movimentaram R$ 4,3 bilhões.

A BM&FBovespa prevê que mais 40 empresas devem abrir IPOs neste ano. Para Fernando Fricks, especialista em planejamento financeiro e sócio da Diversinvest Consultoria de Investimentos, a janela de oportunidades aos IPOs está aberta, mas não é possível prever por quanto tempo o cenário permanecerá assim. "Em 2011, tivemos um primeiro semestre positivo para ofertas iniciais, porém houve um período de estagnação que só terminou na semana passada", ilustra.

"Sem histórico no mercado de capitais, as empresas que precisam de dinheiro estão se arriscando na captação de recursos por meio dos IPOs, mas o cenário ainda é bastante instável", afirma André Daniel Hayashi, professor e coordenador do curso de pós-graduação em Mercado Financeiro da Faculdade de Administração e Economia (FAE) e sócio da Target Invest.

Além disso, a posição do Brasil no cenário econômico mundial e as perspectivas de crescimento para os próximos anos também estão no radar dos investidores estrangeiros. "Apesar de a crise continuar assombrando os países lá fora, houve uma injeção de dólares para socorrer os bancos estrangeiros. O Brasil está despontando como um dos poucos lugares que oferece garantias e cumprimento dos contratos, o que aumenta a probabilidade das empresas crescerem mais e com mais segurança", acredita Hayashi.

No cenário interno, a queda da taxa de juros pode beneficiar os investidores que estavam acomodados com aplicações em fundos de pensão, mas querem aumentar sua rentabilidade. "É hora de sair da zona de conforto e procurar alternativas mais rentáveis. Além dos ativos de bolsa, o mercado de renda fixa com investimentos praticamente livres de impostos como letras de crédito imobiliário, LCA, Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Fundos de Investimentos Imobiliários pode ser uma boa escolha", recomenda Fricks.

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