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Quedas e desacelerações de preços espalhadas no atacado e no varejo levaram à deflação de 0,09% na primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) em junho, conforme os dados divulgados hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O movimento ajudou a conter o impacto, no indicador, do avanço intenso de preços na construção civil.

O coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, disse hoje não ser possível afirmar que tenha ocorrido uma "queda de preços generalizada" na primeira prévia de junho do indicador. "Ainda é possível encontrar exemplos de elevações no atacado", lembrou o especialista. Entre estas elevações está a do minério de ferro, cujo preço é reajustado trimestralmente pela Vale e que subiu 9,38% no atacado, na primeira prévia mensal.

Quadros considerou, porém, que o movimento de preços registrado na primeira prévia de junho mostrou sinais de trajetória descendente em várias cadeias de produtos diferentes, tanto no varejo quanto no atacado. "O que podemos dizer, no momento, é que a desaceleração de preços na primeira prévia de junho é visível em todas as classes de despesa do varejo e em todos os estágios de produção pesquisados no atacado", resumiu o especialista.

No setor agropecuário atacadista, os destaques entre as quedas de preços ficaram com as commodities, como os recuos registrados em bovinos (baixa de 2,59%) e algodão em caroço (recuo de 17 44%). No setor industrial no atacado, a contribuição da queda do álcool etílico anidro (recuo de 34,39%) foi preponderante. "O álcool foi destaque, mas não é o único a registrar queda de preços. Outros itens de peso no cálculo da inflação, originados da cadeia siderúrgica e petroquímica, também mostram quedas e desaceleração de preços", afirmou.

No varejo, uma das maiores contribuições para a queda de preços percebida pelo consumidor na primeira prévia foram os alimentos in natura, que estão atualmente em forte queda. É o caso de hortaliças e legumes (baixa de 3,73%) e frutas (recuo de 1,42%).

Sobre a construção civil, Quadros lembrou que, assim como já apurado no Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de maio, divulgado nesta semana, os preços no setor foram puxados para cima devido ao reajuste nos preços de mão de obra, realizados nesta época do ano. "Mas mesmo com o avanço mais intenso na construção, isso não foi tão preponderante na primeira prévia, que foi norteada mesmo pelas taxas negativas de preço no atacado e no varejo", afirmou.

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