A taxa de administração dos fundos, cobrada pelos bancos para gerenciar os investimentos, sofreu seguidas reduções no ano passado. A trajetória de queda acompanhou a taxa básica de juros, a Selic, que passou dos 9,75%, em março de 2012, para os atuais 7,25% ao ano. O movimento dos bancos ocorre para manter atraente esse tipo de investimento, na comparação com outros de baixo risco, como a poupança, por exemplo.

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Para o professor de finanças da UFPR Pedro Piccoli, a taxa de administração é fator decisivo para a escolha de um investimento. Essa taxa varia de banco para banco, e também depende do valor do investido pelo cliente. "Para o pequeno investidor, que começa com R$ 1 mil reais, por exemplo, uma taxa acima de 1% não vale à pena. É melhor ir para o Tesouro Direto ou para a boa e velha poupança", diz. "Apesar do baixo retorno, ela mantém o dinheiro acessível e é isenta de Imposto de Renda." Para o especialista, no caso de fundos de investimento com aplicação acima de um ano e taxas de administração de 1,2%, o rendimento perde para a poupança.

Quem investe em fundos também precisa pagar Imposto de Renda a cada seis meses – é o chamado "come-cotas". Quanto maior o prazo de permanência da aplicação, menor a alíquota do imposto, que pode variar de 15% a 22,5% sobre o lucro obtido.

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Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que os fundos de Renda Fixa são os preferidos do mercado: reúnem 31,78% do patrimônio líquido de toda a indústria. A associação acompanha as mudanças em todos os quase 600 fundos existentes no Brasil. Os fundos de renda fixa estão cobrando taxa média ponderada de 2,48% para quem investe até R$ 1 mil. A taxa cai para 1,46% para quem investe até R$ 10 mil, e 1,03% com até R$ 50 mil. Quando considerada a média geral, sem estipular o valor de aplicação, a taxa fica 1,09%.

Tendência de alta

A expectativa para este ano é que as taxas devem subir. "Tudo aponta para um aumento por causa desse movimento da taxa Selic. Mas o efeito não deve ser imediato e nem na mesma proporção", afirma o professor de Economia da UFPR, Jackson Ciro Sandrini.

Mas nem todos apostam em um aumento, Roberto Sevalli, diretor da Paraná Asset Management, acha que cobrar mais vai desagradar os cotistas. "A alta na taxa de juros tem de ser muito significativa porque o desgaste é muito grande. Se a Selic passar de 10%, a gente pode estudar. Sendo um aumento muito expressi­vo mesmo, acredito que alguns administradores possam adotar essa medida, mas não vejo como coerente", defende.