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Sem perspectivas para uma nova data de inauguração, muitos lojistas do Pátio Batel amargam perdas financeiras por conta dos sucessivos atrasos na entrega do centro comercial. Os prejuízos afetam principalmente os franqueados e os estabelecimentos que trabalham com foco em coleções de roupas e calçados.

Depois de perder uma das datas mais importantes para o comércio – o Dia das Mães – e saber que a loja não vai abrir a tempo para o Dia dos Namorados, a dona de uma boutique de roupas, que pediu para não ser identificada, disse que a situação é crítica. Além dos R$ 100 mil em mercadorias de inverno estocadas em casa e pedidos de verão feitos, ela contratou a gerente para a loja e está pagando cerca de R$ 3 mil por mês para não perder a profissional já treinada.

Para não aumentar as perdas, dispensou a equipe de vendedores que também tinha recebido treinamento. Com a loja pronta, ela se preparava para a inauguração em abril e investiu pesado em marketing e assessoria de imprensa para divulgar a marca, mas até agora só contabilizou prejuízos. "Não podemos abrir a loja com liquidação. Isso não condiz com a marca e com o investimento que fizemos para estar no shopping", diz ela. A empresária diz que outros lojistas estão na mesma situação.

Apesar das datas iniciais de inauguração previstas para setembro de 2012 e depois para março deste ano, a maioria dos lojistas havia se preparado para a abertura no dia 25 de abril. "A estreia seria em grande estilo por causa da proximidade do Dia das Mães. Agora estamos sem perspectivas", diz outro lojista que também não quer divulgar o nome. Essa, aliás, é uma das principais reclamações dos donos das lojas do Pátio Batel: a falta de informações sobre os motivos do atraso e sobre uma nova data para a inauguração.

Por enquanto, a única informação repassada pela administração do shopping a eles é de que os problemas burocráticos estão sendo resolvidos e que eles serão informados sobre a data da inauguração com 30 dias de antecedência. Enquanto alguns donos de lojas estão buscando soluções individuais junto ao shopping para tentar amenizar os prejuízos, outros dizem que ainda estão conseguindo absorver o impacto do atraso.

Imbróglio

Conclusão total do shopping pode levar de quatro a oito meses

Segundo a Secretaria de Urbanismo de Curitiba (SMU), além do laudo do Corpo de Bombeiros, o shopping precisa cumprir uma série de medidas compensatórias para obter o Certificado de Vistoria e Conclusão de Obra (CVCO), que autoriza a emissão do alvará de funcionamento das lojas.

Nem todas as exigências precisam ser cumpridas antes da inauguração do centro comercial, explica o secretário de Urbanismo, Reginaldo Cordeiro. No entanto, o dono do empreendimento precisa assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a SMU, apresentando um cronograma, dentro dos prazos sinalizados pela prefeitura, para o cumprimento das medidas. Só depois dessa etapa é que as consultas comerciais, para a obtenção dos alvarás das lojas, podem ser liberadas. "A Secretaria Municipal de Finanças só concede o alvará mediante a apresentação das consultas comerciais e do laudo do Corpo de Bombeiros. Alguns empreendimentos dependem ainda de laudos da Vigilância Sanitária e de outros órgãos de fiscalização", afirma Cordeiro.

Segundo ele, o cronograma para a realização das medidas compensatórias é sinalizado pelo município por meio do Relatório Ambiental Prévio (RAP), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A expectativa para o Pátio Batel é de quatro meses e a oito meses, dependendo da intervenção.

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