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A fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já prevê que a hidrelétrica de Belo Monte, que será a terceira maior do mundo, deverá enfrentar “grande restrição na geração” devido ao atraso de linhas de transmissão que levariam energia da usina do Pará ao Nordeste, a cargo da espanhola Abengoa.

Segundo relatório da agência, “a obra foi paralisada no mês de dezembro”, após a matriz da Abengoa entrar com pedido preliminar de recuperação judicial na Espanha, e com isso não deverá cumprir o cronograma necessário para garantir a geração de energia sem limitações na usina do Xingu.

“É bastante provável que haja restrição de geração (em Belo Monte) no período de novembro de 2016 a julho de 2017”, destaca o documento da Aneel, que projeta a conclusão das linhas para o final de setembro de 2017.

O contrato de concessão do sistema de transmissão, assinado em agosto de 2013, previa a entrada em operação para agosto de 2016, um prazo já descartado pelo regulador.

Já a usina de Belo Monte, da Norte Energia, que tem como sócios Eletrobras, Cemig, Neoenergia e Vale, entre outros, tem operação prevista para março de 2016, também segundo a Aneel.

O sistema de transmissão atualmente disponível na região de Belo Monte conseguiria escoar a geração máxima das turbinas somente até meados de 2016, segundo a Aneel, quando a linha da Abengoa passaria a ser necessária devido à gradual entrada de novas máquinas.

Outros dois linhões estão sendo construídos para escoar a energia da hidrelétrica, mas esses empreendimentos, em ultra-alta tensão, deverão estar prontos apenas em 2018 e 2019, segundo o relatório da Aneel.

As linhas da Abengoa, que deveriam ser as primeiras a ficar prontas, ainda não receberam sequer licença ambiental de instalação, necessária para o início das obras, com o Ibama, responsável pela liberação, tendo pedido estudos complementares antes de emitir a autorização.

Além disso, a Aneel registra que o projeto conseguiu apenas 25% das liberações fundiárias até o momento. Procurada, a Abengoa não comentou imediatamente.

Licitado pelo governo federal em 2013, o lote de estruturas necessárias ao escoamento da produção de Belo Monte inclui linhas com 1,7 mil quilômetros de extensão e uma subestação, e foi arrematado pela Abengoa na época com um deságio de 5% ante a receita-teto estabelecida para o leilão.

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