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Indústria de transformação, que inclui o segmento alimentício, foi uma das que mais contratou no Paraná neste ano | José Aldinan/ Gazeta do Povo
Indústria de transformação, que inclui o segmento alimentício, foi uma das que mais contratou no Paraná neste ano| Foto: José Aldinan/ Gazeta do Povo

Geração de vagas

Na média do país, aumento bate recorde

O emprego e a renda do trabalhador na indústria continuam em alta, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A geração de vagas em julho subiu 5,4% frente a igual período no ano passado. Foi a maior elevação da série histórica, iniciada em 2001. A variação dos ganhos do trabalhador também superou níveis recentes. A alta de 11,2% foi a maior desde março de 2004, na mesma comparação.

Segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), os dados mostram que os setores que mais sofreram com a crise, seja do ponto de vista da produção ou do emprego, são aqueles que estão abrindo mais postos de trabalho ao longo de todo este ano. É o caso da metalurgia básica, produtos de metal e máquinas e equipamentos.

Retomada

A avaliação é que, no fim do ano, a indústria retornará ao patamar de setembro de 2008, antes do agravamento da crise financeira.

Com isso, todos os postos de trabalho perdidos com a crise serão recuperados. "A expectativa é de que o emprego industrial mantenha esse comportamento positivo ao longo de todo este segundo semestre", afirma Julio de Almeida, do Iedi.

Folhapress

  • Veja os detalhes do crescimento de vagas industriais no Paraná

A geração de empregos pela indústria paranaense em julho cresceu em ritmo bastante inferior à média nacional, uma relação que se mantém ao menos pelos últimos doze meses, apontou ontem a Pequisa Industrial Mensal de Emprego e Salário, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em julho, o emprego industrial no Paraná avançou 1,60% em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto no Brasil o crescimento foi de 5,36%.

A análise de períodos mais longos demonstra que a base de empregos industriais no Paraná antes da crise econômica mundial estava mais alta em relação à média nacional. Com a turbulência financeira, o volume de trabalho na indústria caiu de forma mais brusca no estado, que não tem conseguido recuperar os níveis de emprego na mesma velocidade que o restante do país. A comparação entre o acumulado de 2010 em relação ao mesmo período de 2009 aponta 2,89% de crescimento nacional e 0,58% de crescimento paranaense. E o acumulado dos últimos 12 meses ante os 12 meses anteriores (agosto de 2008 a julho de 2009), que alcança em retrospecto a crise, aponta queda de 0,51% na geração de empregos no Brasil, enquanto no Paraná esse recuo foi de 2,39%.

Para Maurílio Schmitt, coordenador do departamento econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), a série histórica bianual é muito curta para revelar o real crescimento na abertura de vagas do estado. "Na última década, o Paraná cresceu 84,3% (na geração de empregos industriais), enquanto o Brasil cresceu 59,22%. O Paraná é o primeiro colocado no confronto com as maiores economias do país; em seguida aparecem Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo", relaciona.

Schmitt entende que a disparidade entre os avanços nacional e local é causada pelas particularidades da indústria paranaense. "A estrutura industrial do Paraná é diferente da de São Paulo ou Minas Gerais. Nós temos larga interferência de matérias primas agrícolas. Em São Paulo, para usar como exemplo a maior economia do Brasil, o setor agro não tem um peso tão grande no conjunto da indústria", afirma. A cotação das commodities foi seriamente afetada pela crise econômica entre o fim de 2008 e meados de 2009, com queda nas exportações ao longo de todo o ano passado.

Mesmo nos setores mais estruturados da economia industrial paranaense, a recuperação do emprego é mais lenta. A indústria de fabricação de meios de transporte, que reúne montadoras de automóveis, caminhões e ônibus, teve um aumento de empregos de 8,78% no Brasil em julho deste ano, em relação ao mesmo mês do ano passado, e de 0,59% no Paraná. Na mesma projeção, a indústria de alimentos e bebidas cresceu 2,26% no país, enquanto no estado recuou 1,25%.

Novos investimentos

Nos últimos meses, foram anunciados diversos investimentos para a instalação de novas fábricas no estado. A Caterpillar, produtora de maquinário para construção e mineração, vai montar uma unidade fabril em Campo Largo (região metropolitana de Curitiba) que irá empregar 900 pessoas a partir do início de 2012. Na mesma cidade, foi inaugurada em junho uma unidade da FPT, do grupo Fiat, para produção de motores. A fábrica deverá empregar 400 funcionários até o fim deste ano. Em Ibiporã (Norte do estado), a Quartzolit investe R$ 20 milhões em uma nova fábrica de argamassas, ainda sem estimativas de criação de postos de trabalho. "São investimentos que vão amadurecendo devagarinho, e devem aparecer nas futuras edições da pesquisa", espera Schmitt.

Salários

A mesma pesquisa do IBGE apontou a evolução dos salários em julho em relação ao mesmo mês do ano passado. A folha de pagamento da indústria brasileira registrou aumento de 25,3%, com destaque para os setores de refino de petróleo, coque, combustíveis nucleares e álcool (250,25%) e indústrias extrativas (158,24%). No Paraná, o aumento dos salários industriais foi de 12,38% no mesmo comparativo, também puxado pelo setor de petróleo, coque, combustíveis nucleares e álcool (50,82%), e ainda por fabricação de meios de transporte (21,87%) e metalurgia básica (17,29%).

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