O embaixador Roberto Azevêdo, eleito novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), afirmou nesta sexta-feira (17) que é preciso repensar conceitualmente a Rodada Doha. "Assumindo a direção geral, minha ideia é evitar tentar fazer ajustes apenas. Precisamos repensar conceitualmente a Rodada Doha, o que está sobre a mesa, e partir para uma orientação para tentamos encontrar os limites do possível e não do desejável", disse.

CARREGANDO :)

"Precisamos esquecer o que gostaríamos de ter na rodada, para ver o que é possível ter da rodada." Questionado sobre se já se encontrou com a presidente Dilma Rousseff após a eleição na OMC, Azevêdo disse que é possível que ocorra uma reunião nos próximos dias. "Estamos tentando agendar uma conversa, que pode acontecer ainda ao longo da semana que vem", disse.

Medida restritiva

Publicidade

Azevedo afirmou que "não é obvio muitas vezes identificar medida restritiva ao comércio ou protecionista". Ele disse que houve aumento do protecionismo após 2008. "Há uma primeira indicação de que essa tendência está começando a cair, pois 20% das medidas já foram retiradas. O diretor-geral precisa se assegurar que a retirada de medidas restritivas ao comércio se acelere", afirmou.

Segundo Azevêdo, é dever do diretor-geral da OMC se preocupar com "o caminho que o mundo está tomando". "O diretor-geral não está lá para apontar o dedo, tem que se preocupar com as tendências mundiais", defendeu. Azevêdo disse ainda que o novo diretor-geral tem que chegar "com mão na massa" e disse que há um temor de que a discussão de novos temas signifique um abandono das negociações atuais. "É importante que se passe confiança aos membros de que a rodada continua viva, em vigor, para que se possa falar de temas novos", explicou.