Recorte e leve com você
Antes de decidir seu plano de previdência privada, confronte seu gerente com essas 13 perguntas elaboradas pelo economista e reitor da Universidade Positivo, José Pio Martins.
1 - Qual é o tipo de plano? (PGBL, VGBL, fundo de aposentadoria programada).
2 - O plano é de contribuição definida ou de benefício definido?
3 - Se for de benefício definido, qual é?
4 - Se o titular morre durante a contribuição, o que acontece com o saldo?
5 - Se houver beneficiário definido, o que acontece se ele falecer também?
6 - Qual é o plano de recebimento após o prazo de contribuição? (vitalício sem período mínimo; vitalício com período mínimo; retirada total).
7 - Se for vitalício com período mínimo garantido, há beneficiário estipulado em caso de morte do titular?
8 - Havendo beneficiário que receba benefício após a aposentadoria do titular, o que acontece se este beneficiário vier a falecer junto com o titular?
9 - Qual é o fundo de investimento do plano? (soberano, composto, misto).
10 - Qual a carteira de ativos do fundo?
11 - Qual a taxa de administração e a taxa de carregamento?
12 - Qual o regime de tributação durante a fase de acumulação?
13 - Qual a tributação durante a fase de retirada?
Dois perfis, uma preocupação: aposentadoria
Os especialistas em finanças pessoais ressaltam que os brasileiros estão se preocupando cada vez mais com o futuro, pois não querem contar apenas com o benefício do INSS. Apesar das diferentes maneiras de se relacionar com o dinheiro, essas gerações têm uma preocupação em comum: querem tranquilidade na aposentadoria.
O aposentado Adamir Boccasanta trabalhou em um banco e durante 35 anos contribuiu com a previdência privada. Nos últimos anos, contribuía com R$ 400 mensais. Hoje, ele não trabalha e já usufrui do benefício. "A melhor recomendação é que as pessoas pensem na previdência privada desde o primeiro salário. Hoje não preciso trabalhar, o investimento foi um bom negócio, porque seria difícil viver só com a aposentadoria oficial", salienta Boccasanta.
Décadas separam o aposentado da estudante de Ciências Econômicas, de 18 anos, Cristaine Dombeck. A diferença de idade, porém, não se reflete em uma postura diferente. "Hoje não trabalho, mas assim que começar quero contribuir mensalmente para a previdência privada. Ninguém quer chegar aos 65 anos sem tranquilidade. Vou me planejar para me aposentar e parar de trabalhar", conta a estudante.
Dizem que o remédio amargo é o mais eficaz no combate às doenças. No campo da economia, há eventos negativos que podem trazer, de certa forma, benefícios a longo prazo. É o caso das crises. As gerações que viveram momentos de recessão econômica, em geral, tendem a ser mais cautelosas em relação ao dinheiro.
"Se até os seis anos de idade a pessoa viveu uma crise, de certa forma essa dificuldade vai impactar de alguma forma na sua maneira de lidar com o dinheiro", diz o especialista em investimentos do Itaú Unibanco Leandro Loiola, com base em uma pesquisa que mostra a relação de acontecimentos históricos e a forma como cada geração se relaciona com o dinheiro.
Ele explica que pessoas que hoje têm mais de 66 anos, em geral, são muito cuidadosas com o dinheiro e têm medo de perdê-lo. De certa forma, esse é um reflexo, segundo Loiola, da Grande Depressão de 1929 e da Segunda Guerra Mundial. Pela pesquisa, porém, é possível determinar também que as pessoas entre 47 e 65 anos são carreiristas e idealistas, porque viveram épocas de grande crescimento econômico.
"Por essa razão, entendemos que cada geração tem a sua maneira de relacionar com o dinheiro e cada uma delas pode ter a sua forma de guardar para o futuro", pontua Loiola (leia mais da pesquisa sobre as gerações e as finanças nesta página).
O economista e reitor da Universidade Positivo, José Pio Martins, tem a mesma visão sobre a crise. Segundo ele, depois de passarem por momentos de dificuldades econômicas, as pessoas tendem a ser mais cautelosas. "A crise assusta, as pessoas ficam mais austeras e controladas, aceitando sacrifícios que em momentos de bonança não aceitariam", analisa.
Aposentadoria
Independentemente da fase da vida, porém, é sempre preciso pensar no futuro. Com perfil mais arrojado ou conservador, o importante é se planejar. E é de olho nesse interesse que o reitor da UP levanta 13 questões que podem orientar qualquer contratação de um plano previdência privada. Basta confrontá-las com o gerente do banco. (veja quais ao lado). "Sempre é hora de pensar em planejar para o futuro. A recomendação é que quando o jovem entre no mercado de trabalho, já comece a definir uma quantia a ser guardada para a aposentadoria", ressalta Pio Martins.
O planejador financeiro familiar e para a aposentadoria Augusto Sabóia dá uma outra dica sobre o futuro, ensinando uma conta simples. De acordo com Sabóia, quando a pessoa decidir se aposentar, ela precisa ter guardado (seja em poupança, ações ou outro investimento) 200 vezes o salário atual. Pelas contas do consultor, se hoje uma pessoa ganha R$ 5 mil por mês, por exemplo, quando resolver parar de trabalhar vai precisar de R$ 1 milhão guardado. "O custo na velhice só aumenta e esse multiplicador é baseado na aplicação mais conservadora, que é a poupança. Ou a pessoa começa a pensar que vai viver uns 30 anos sem trabalhar e que vai precisar de um salário lá na frente ou vai ter de começar a se preparar para enfrentar fila do INSS", argumenta Sabóia.
A idade e o dinheiro
O especialista em investimentos do Itaú Unibanco Leandro Loiola pesquisou a maneira que cada geração lida com o dinheiro, e ainda elaborou dicas de como cada grupo pode planejar suas finanças.
Geração Silent (Mais de 66 anos)
Perfil: São muito cuidadosas com o dinheiro e respeitam a hierarquia. Isso pode ter a influência de dois acontecimentos: a Grande Depressão de 1929 e a Segunda Guerra Mundial.
Recomendações: Busque o equilíbrio, não pense apenas em guardar, mas também em aproveitar o dinheiro nesta fase da vida. É possível investir em renda programada e se planejar para deixar renda a seus beneficiários.
Geração Baby Boomers (Entre 47 e 65 anos)
Perfil: São carreiristas e idealistas, porque viveram épocas de grande crescimento econômico.
Recomendações: Para pensar no futuro, é possível aplicar em investimentos socioambientais, uma forma de reserva e de cuidados com o meio ambiente. É preciso, nesta fase da vida, fazer um esforço extra na pré-aposentadoria, aplicando em renda programada, por exemplo.
Geração X (Entre 36 e 46 anos)
Perfil: É fragmentada e pessimista, viveu o início da tecnologia e tem como característica a hierarquia traços que podem ser fruto da crise do petróleo e de anos seguidos de retração econômica.
Recomendações: Ainda dá tempo de mudar o futuro, porque é preciso pensar que cada um é responsável por ele. Como as pessoas estão vivendo mais, é necessário pensar na fase de aposentadoria. É possível ainda nesta fase da vida aplicar em fundos de ações, ações, além de investimentos mais conservadores.
Geração Y (entre 18 e 35)
Perfil: Geração antenada, plural, participativa e impaciente. Cresceram em uma época da internet estabelecida e de alta velocidade.
Recomendações: Aproveite o tempo e a quantidade de informações para fazer uma boa reserva para a aposentadoria. Lembre-se ainda de que você nunca passou por uma crise, mas ainda pode passar.
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