
O Baidu, gigante tecnológica chinesa, deve encerrar sua operação brasileira em setembro. De acordo com fontes próximas à empresa, a mudança de foco da matriz para inteligência artificial e a falta de perspectiva para o lançamento de novos apps no Brasil motivaram a decisão. As informações são do Valor Econômico.
No momento, o Baidu tem duas pessoas trabalhando no Brasil em questões burocráticas a fim de encerrar a operação local. Sem novos aplicativos para o Brasil nos planos, a empresa avaliou que a representação no Brasil se tornou desnecessária, já que a administração da base de usuários brasileiros, estimada em 20 milhões de pessoas, pode ser feita da China, através de campanhas em redes sociais e na loja de apps do Google/Android.
A chegada do Baidu ao Brasil foi conturbada devido à estratégia para se fazer conhecida junto ao público brasileiro. Em 2012, a empresa chegou ao país com um antivírus com o próprio nome, o navegador web Spark e um buscador/portal web chamado Hao123.
A fim de acelerar o crescimento, o Baidu firmou parcerias com sites de downloads que embutiram seus produtos em todos os arquivos baixados. Com isso, muitos usuários acabaram com o antivírus do Baidu instalado em seus computadores e a página inicial do buscador alterada para o Hao123 sem o consentimento explícito.
Em 2014, o Baidu comprou o Peixe Urbano, site de compras coletivas brasileiro, por R$ 10 milhões. Posteriormente, vendeu o serviço ao fundo Mountain Nazca, que meses antes comprara a operação do Groupon na América Latina.
Baidu no mundo
O Baidu tem o segundo maior buscador web do mundo, atrás do Google. A popularidade se concentra na China, onde detém 76% do mercado. Conhecida no ocidente como “o Google chinês”, vários serviços do Baidu encontram similares com a gigante norte-americana: mapas, armazenamento na nuvem, navegador web e uma série de apps para Android — esses, disponíveis também no Brasil.
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Em abril de 2017, o Baidu anunciou um dos sistemas mais avançados de direção veicular autônoma do mundo, o Projeto Apollo. Com mais de 100 parceiros globais, incluindo empresas como Nvidia, Intel, Microsoft, Ford, Hyundai e Honda, a expectativa é que a tecnologia chegue às ruas em 2020.
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