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Rio de Janeiro – A taxa de desemprego das seis principais regiões metropolitanas do país recuou de 9,8% em outubro para 9,5% em novembro. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os números estão estatisticamente estáveis.

O rendimento apresentou alta de 0,6% em novembro na comparação com outubro e somou R$ 1.056,60. Em relação a novembro de 2005, o aumento no rendimento chega a 5,7%. Apesar da recuperação, a renda do trabalhador ainda não voltou ao patamar de novembro de 2002 (R$ 1.097,83).

A ligeira melhora do mercado de trabalho foi motivada, segundo analistas, mais pela redução no número de pessoas em busca de emprego do que pelo aumento na criação de vagas. A população desocupada registrou uma queda de 2,6%, o equivalente a uma redução de 59 mil pessoas em novembro.

A comparação da taxa de desemprego média de janeiro a novembro nos anos do governo Lula mostra que a taxa recuou de 11,6% em 2004 para 10,0% em 2005. Não houve melhora do mercado de trabalho na passagem de 2005 para 2006, quando a média ficou em 10,1%.

Segundo Cimar Azeredo, gerente da Pesquisa Mensal de Emprego, o desempenho do mercado de trabalho frustrou as expectativas em 2006. "O mercado de trabalho vem se recuperando de um processo de recessão desde 2003. A expectativa era que tivéssemos um dinamismo maior da economia, com um número maior de criação de vagas, o que não aconteceu", disse.

Para Guilherme Maia, da consultoria Tendências, a criação de vagas em ritmo mais acelerado depende do aumento do nível de investimentos. "A taxa de desemprego depende da relação "investimento e consumo". Quanto mais o país privilegia o foco no consumo, maior é a rigidez na taxa. O mesmo vale para o rendimento, quanto maior o nível de investimento, maior é o espaço para a melhora na remuneração."

Segundo o IBGE, a criação lenta de novos postos de trabalho em novembro pode ser atribuída ao ritmo de crescimento da economia. A população ocupada cresceu 0,3%, o equivalente a 70 mil vagas. O destaque negativo ficou por conta do comércio, que registrou queda de 0,3%, o que significa menos 13 mil vagas em relação a outubro.

Para Azeredo, apesar da geração de vagas aquém das expectativas, houve melhora da qualidade. O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada cresceu 6,0% em relação a novembro do ano passado, o que significa a entrada de mais 487 mil trabalhadores formais. Na comparação com outubro, houve estabilidade.

De acordo com Marcelo de Ávila, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), um dos fatores de destaque foi a entrada de trabalhadores por conta própria. Em relação a novembro de 2005, houve alta de 3,6%. Para Ávila, uma das hipóteses é o aumento do número de pessoas que começam a trabalhar como ambulantes no fim do ano.

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