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Balança comercial pode fechar ano com pequeno superávit

Depois de registrar resultados negativos em cinco meses do ano e pequenos superávits em outros meses, a balança comercial poderá encerrar o ano com um pequeno resultado positivo, disse nesta segunda o diretor de Estatística e Apoio à Exportação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Roberto Dantas. Segundo ele, a queda esperada das importações em dezembro contribuirá para zerar ou reverter o déficit de US$ 89 milhões acumulado nos 11 primeiros meses do ano.

De acordo com Dantas, o país costuma importar menos no último mês do ano por causa das férias coletivas da indústria e do fim das compras de Natal, cujos estoques são formados pelo comércio e pela indústria com meses de antecedência. As exportações, estimou o diretor do MDIC, tendem a ficar estáveis em relação a novembro. O resultado final, ressaltou, dependerá do comportamento da compra e venda de petróleo. "Vai depender da conta petróleo o resultado final da balança comercial em 2013. A tendência é que ela encerre o ano equilibrada ou com pequeno superávit", destacou Dantas. O técnico do MDIC, no entanto, não quis informar se um resultado equilibrado também pode implicar em déficit de até US$ 100 milhões.

Diferentemente de outros anos, o MDIC não definiu meta para as exportações em 2013. O diretor do ministério limitou-se a informar que as vendas externas deverão encerrar o ano em um patamar intermediário aos registrados em 2011 (US$ 256 bilhões) e 2012 (US$ 242,5 bilhões). "O número final [das exportações] deverá ficar entre esses dois valores", disse.

A balança comercial brasileira, que mostra a diferença entre as importações e as exportações de bens do país, voltou a apresentar resultado positivo em novembro, inflada pela exportação meramente contábil de duas plataformas de petróleo. Apesar disso, o saldo nas trocas de bens do país com o exterior acumulado no ano manteve-se no vermelho. De janeiro a novembro, o resultado líquido das exportações menos importações é negativo em US$ 89 milhões, primeiro déficit desde 2000 (-US$ 519 milhões). Já em igual período de 2012, a balança estava positiva em US$ 17,154 bilhões.

Em novembro, o resultado positivo, de US$ 1,740 bilhão, foi inflado pela exportação meramente contábil de duas plataformas de petróleo. Embora o produto seja registrado legalmente como exportação, pois foi comprado por uma subsidiária da Petrobras no exterior, ele não deixou o país e destina-se à exploração de petróleo em território brasileiro. Essa operação contábil é realizada por causa de benefícios fiscais previstos no caso da venda de plataforma para empresa localizada no exterior.

Sem essa exportação de plataformas, no valor total de US$ 1,8 bilhão, a balança teria ficado levemente negativa no mês passado. No acumulado do ano, operações contábeis desse tipo já significam R$ 6,5 bilhões a mais em exportação. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (2) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

Efeito Petróleo

A deterioração dos números da balança comercial neste ano foi causada em grande parte pelo mau desempenho da "conta petróleo", que mede a relação entre venda e compra do produto no exterior. O efeito nos resultados da balança comercial - e consequentemente nas contas externas do país - foram sentidos desde o início do ano.

Um atraso no registro de importações de combustíveis da Petrobras feitas no ano passado no valor de US$ 4,5 bilhões empurrou o saldo comercial para baixo nos primeiros meses do ano. A situação piorou com o fraco desempenho das exportações de petróleo a alta significativa das importações de combustíveis ao longo do ano. Isso ocorre porque a produção da Petrobras não está acompanhando o aumento da demanda interna.

Até novembro, a conta petróleo registrou déficit de US$ 19,5 bilhões contra um saldo negativo de US$ 5,6 bilhões em igual período de 2012.

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