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Atraso nos embarques de soja e greve dos caminhoneiros reduziram as vendas do país ao exterior. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Atraso nos embarques de soja e greve dos caminhoneiros reduziram as vendas do país ao exterior.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

A balança comercial brasileira registrou o pior resultado para o mês de fevereiro desde 1980, quando se iniciou a série histórica calculada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O saldo ficou negativo em US$ US$ 2,84 bilhões, o que elevou o déficit acumulado no ano para US$ 6,01 bilhões. Ainda assim, o ministro Armando Monteiro Neto aposta numa reversão dos números para obter um superávit comercial em 2015. “Reafirmo que vamos ter uma balança positiva este ano. Há elementos para acreditar nisso”, disse em evento no Rio, sem arriscar um valor para o superávit esse ano.

O fraco desempenho comercial no mês passado ocorreu em função, principalmente, do embarque mais tardio da soja esse ano e do impacto da queda de preços de algumas commodities. No primeiro bimestre de 2015, o preço do minério de ferro caiu 48,6% em relação ao mesmo período de 2014. O preço do petróleo em bruto recuou 49,4% e da soja em grão, 19,7%.

O resultado de fevereiro também foi afetado pela paralisação dos caminhoneiros em todo país, o que atrasou alguns embarques para o exterior. A média diária das exportações na semana passada, quando iniciou o movimento, foi a menor do mês. O diretor de Estatística e Apoio à Exportação do ministério, Herlon Brandão, disse que ainda é cedo para avaliar o real tamanho do impacto do protesto dos caminhoneiros nas vendas externas. “Temos que esperar os próximos dias para avaliar o efeito da paralisação.” As exportações somaram US$ 12,09 bilhões em fevereiro, com queda de 15,7%. Apesar do fraco ritmo da economia, a queda nas importações foi menos intensa: 8,1% e US$ 14,93 bilhões em compras do exterior.

Conta-petróleo

A aposta de Monteiro para obter um superávit esse ano está calcada em um câmbio mais favorável à exportação, mudanças na política comercial, retomada do comércio com os Estados Unidos e um volume alto de embarques de soja, apesar dos atrasos em fevereiro. Pesa também a perspectiva de redução do déficit da chamada “conta petróleo”. Ela fechou negativa em US$ 2,47 bilhões no primeiro bimestre de 2015, mas está US$ 1,16 bilhão menor que no ano passado por causa da queda no preço internacional do barril de petróleo. No ano passado, a conta-petróleo fechou com déficit de US$ 16 bilhões.

Para José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a forte retração nos preços das commodities vai limitar a contribuição das exportações para o saldo comercial de 2015.

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