A balança comercial brasileira registrou o menor superávit dos últimos dez anos para meses de junho e para primeiros semestres. O resultado acendeu a luz amarela no governo, que já estuda novas medidas para ajudar os exportadores. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) também pode reduzir a meta de exportação do ano, que é de US$ 264 bilhões.
O superávit em junho foi de apenas US$ 807 milhões. De janeiro a junho, o saldo acumulado foi positivo em US$ 7,07 bilhões, com queda de 45,4% em relação ao mesmo período de 2011. As vendas externas somaram US$ 117,2 bilhões, 0,9% abaixo do valor registrado nos seis primeiros meses do ano passado. As importações ficaram em US$ 110,1 bilhões, cp, alta de 4,6%, um recorde para o período. "É um ano difícil para o comércio mundial. Havia uma expectativa de que houvesse uma recuperação que não houve", disse a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres.
O governo atribuiu o resultado à crise internacional, que gerou retração da demanda mundial e queda no preço internacional de algumas commodities. "Temos um refluxo da crise cada vez mais forte. Este é um problema que terá que ser enfrentado no segundo semestre", disse o secretário executivo do MDIC, Alessandro Teixeira.
A greve dos auditores fiscais da Receita Federal ajudou na piora dos números em junho. Muitos exportadores estão com dificuldades para embarcar as mercadorias. Em outros casos, o produto é exportado, mas o registro da operação não é feito.
Teixeira disse que os números de junho poderiam estar melhores se não fosse pela greve, mas o fato não altera a tendência prevista para o comércio mundial. "Nós temos uma crise e a nossa expectativa era que melhorasse no segundo semestre, mas se continuar desta forma não vai melhorar", sentenciou. Ele acrescentou que o comportamento da balança em julho será essencial para definir a manutenção ou não da meta de exportação em 2012. "A situação em junho nos acende a luz amarela. Não dá para dizer com certeza que vai mudar a meta. Precisamos ver o mês de julho", disse.
Medidas
Teixeira disse que a principal queixa dos exportadores na atual conjuntura é acesso a mercado, em função da baixa demanda global. Ele antecipou que o governo está trabalhando em medidas para ajudar as empresas, mas disse que não poderia antecipá-las porque estão em fase "muito preliminar". Para o secretário, é preciso "avançar" na política industrial e continuar adotando instrumentos para defender a indústria nacional da concorrência "espúria" dos importados. Ele lembrou que os países do Mercosul preparam a elevação do Imposto de Importação para 200 produtos. Mas rejeitou que a medida seja protecionista: "Não se pode confundir defesa com proteção".
As exportações tiveram queda em todas as categorias (manufaturados, semimanufaturados e básicos) e para todos os mercados em junho. No acumulado do primeiro semestre, as vendas externas brasileiras cresceram 5% para a Ásia, 16,5% para os EUA e 4% para a África. Para os demais mercados houve queda, com destaque para a Argentina (-16%). As importações de produtos argentinos caíram 8,6% no semestre. No caso da África, o recuo foi de 1,1%, e de 29,3% da Europa Oriental. As importações dos demais mercados subiram.
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