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Menos de três semanas depois de encerrada a greve nos bancos privados, os clientes do HSBC de Curitiba devem voltar a encontrar as agências do banco fechadas nesta quarta-feira (28). O sindicato da categoria, seguindo um movimento nacional, realiza uma paralisação de 24 horas em protesto contra o cálculo da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da empresa, divulgado na semana passada.

Segundo Antônio Luiz Fermino, diretor financeiro do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, todas as 40 unidades da instituição, além dos quatro centros administrativos do HSBC (Hauer, Kennedy, Xaxim e Palácio Avenida), estarão fechados na capital paranaense, mantendo apenas os serviços de autoatendimento. O sindicalista não tem uma estimativa precisa de quantos trabalhadores aderiram à paralisação, mas afirma que a mobilização é grande. Em Curitiba e região, o HSBC tem aproximadamente seis mil empregados.

Os bancários reclamam do que consideram uma manipulação por parte do banco com o objetivo de reduzir a PLR dos empregados. "O balanço contábil do banco aponta para um lucro de R$ 2,1 bilhões em 2009, mas a empresa divulgou que o cálculo da PLR será feito sobre um resultado de R$ 250 milhões", diz Fermino. Entre as justificativas do HSBC, informa o representante dos trabalhadores, estaria o fato de que cerca de R$ 1,9 bilhão do total teria sido provisionado para despesas que possam a vir a aparecer.

Uma das principais reivindicações dos bancários na greve deflagrada entre o fim de setembro e o início de outubro foi uma maior PLR para os bancários. A paralisação foi encerrada após uma proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) que prevê o pagamento de uma parcela fixa mais 2% do lucro líquido do banco distribuídos linearmente para todos os funcionários.

A paralisação desta quarta atinge principalmente as capitais dos estados. De acordo com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, na quinta-feira (29) as atividades voltam a funcionar normalmente no HSBC. "Não estão descartadas, no entanto, novas paralisações nas próximas semanas, caso o banco não volte a negociar com os empregados", diz o diretor da entidade.

Procurada pela reportagem, o HSBC nega as acusações dos bancários. Em nota, o banco afirma que cumpre todas as leis e esoluções dos órgãos reguladores, "inclusive na elaboração de suas demonstrações financeiras".

Leia a nota na íntegra:

"O HSBC informa, por meio de sua assessoria de imprensa, que refuta veementemente a insinuação de sindicatos de bancários de que o banco teria manipulado os números do balanço semestral de 2009.

Em virtude da crise econômica que afetou diversos segmentos da economia, todas as instituições financeiras sofreram fortes impactos com a crescente inadimplência dos clientes. No caso do HSBC, a Provisão para Perdas com Devedores Duvidosos (PDD) afetou significativamente o balanço de 30 de junho de 2009. Esta provisão mandatória pelas regras do Banco Central gerou um impacto de R$ 762 milhões no lucro antes do cálculo de imposto de renda e contribuição social ou exatos R$ 457 milhões no lucro líquido (após dedução dos impostos e contribuições). Comparada ao ano anterior, esta situação exigiu maiores níveis de provisionamento.

O HSBC afirma que cumpre rigorosamente todas as leis e resoluções dos órgãos reguladores, inclusive na elaboração de suas demonstrações financeiras. Como no resto no mundo, o HSBC Brasil tem a ética como seu valor fundamental e não pode admitir que sejam levantadas dúvidas sobre a lisura e a transparência dos números dos seus balanços."

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