Curitiba – As agências dos bancos instalados em Curitiba e região metropolitana não abrirão suas portas ao público hoje, acompanhando movimento nacional de paralisação dos bancários. Os caixas eletrônicos não serão reabastecidos. A decisão foi tomada ontem à noite durante assembléia realizada na Sociedade Thalia, e que contou com a presença de 900 bancários. De acordo com a presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Marisa Stédile, trata-se de uma greve de advertência que pode se prolongar por tempo indeterminado.

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"Serão apenas 24 horas de paralisação, mas caso os bancos não apresentem uma nova proposta salarial, os bancários já decidiram durante a assembléia de hoje (ontem) que entrarão em greve por tempo indeterminado, a partir do próximo dia 6 de outubro", alerta a sindicalista.

A data-base dos bancários é 1.º de setembro, mas até agora não houve acordo quanto ao reajuste salarial da categoria. Na semana passada, os bancários rejeitaram a proposta salarial feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que previa 4% de reajuste, abono de R$ 1 mil e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) no valor de 80% do salário, mais R$ 733 fixos. A pauta de reivindicações dos bancários inclui reajuste de 11,77%, PLR de um salário mais R$ 788 fixos, 14.º salário, 13.º pago como cesta-alimentação, além de "gatilho" sempre que a inflação acumulada atingir 3%. No ano passado, depois de uma greve que durou quase um mês os bancários receberam reajuste salarial que variou entre 8,5% e 12,77%, contra uma inflação de 6,4%. Em todo o Brasil são cerca de 400 mil bancários, dos quais 2,5 mil em Curitiba. Segundo Marisa Stédile, a região metropolitana de Curitiba tem 380 agências bancárias.

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Conflito

A presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba prevê que a paralisação de hoje tende a ser conflituosa. "Os bancos já conseguiram liminares na Justiça em ações chamadas de interditos proibitórios preventivos, impedindo que o sindicato faça qualquer movimento que restrinja o acesso de funcionários e de clientes às agências", explica Marisa. Por outro lado, acrescenta, os bancários têm liminar que garante o direito à greve.

Marisa afirma que o Sindicato dos Bancários quer que os clientes das instituições financeiras sejam bem atendidos, porém sem prejuízo da qualidade de vida dos trabalhadores. Ela destaca que o HSBC vem trabalhando com horário estendido em várias agências e em São Paulo os funcionários de algumas agências estão trabalhando aos sábados. "Isso atenta contra o direito dos bancários, que desde 1930 conquistaram a jornada diária de seis horas, cinco dias por semana", salienta.