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Londres - Para o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não faz sentido que os bancos brasileiros deteriorem as condições de capital no processo de adaptação às regras de Basileia 3 – as novas normas aprovadas por bancos centrais para prevenir novas crises como a de 2008. Atualmente, o índice de Basileia adotado internacionalmente é de 8%, mas o Brasil pratica um indicador de 11%. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) quer que o Banco Central reduza a exigência de capital interna, para se adaptar aos padrões adotados atualmente no exterior.

No entanto, Meirelles argumenta que, conforme as novas normas aprovadas no último fim de semana, todas as instituições precisarão ter um índice de capital total de 13% até o fim do processo, em janeiro de 2019. Portanto, se as exigências forem afrouxadas agora, terão de voltar a subir nos próximos anos, à medida que as regras de Basileia 3 sejam implementadas. "Vamos analisar, mas não faz sentido deteriorar os índices de capital para depois ter de voltar", afirmou ontem, em Londres. "Os prazos são para adaptação, e não para desadaptação", acrescentou.

"Colchões"

Foi estabelecido um cronograma para que as normas de Basileia 3 entrem em vigor. Num primeiro momento, o índice total de capital dos bancos será de 8%, até janeiro de 2013. Depois, subirá para 10,5%, por volta de janeiro de 2015, quando passar a vigorar o colchão de conservação de 2,5% definido pelos banqueiros centrais. O número atingirá os 13% em janeiro de 2019, quando passa a ser necessário adotar o colchão contracíclico, também de 2,5%.

Meirelles reconhece que, em alguns momentos, pode ser que os bancos brasileiros registrem nível de capitalização acima do exigido por Basileia 3. No entanto, no fim do processo, todos terão de chegar aos 13%. "Vamos estabelecer normas para compatibilizar a situação dos bancos brasileiros com a evolução proposta por Basileia", afirmou. Meirelles participou ontem da 4.ª Conferência de Mercados Emergentes promovida pela revista The Economist.

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