O Banco Central (BC) manteve o ritmo de corte de juros iniciado em janeiro e reduziu a taxa Selic para 12,25% ao ano. A taxa estava em 13% e foi reduzida em 0,75 ponto percentual. É o quarto corte seguido nos juros desde outubro de 2016, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC iniciou a trajetória de diminuição da taxa básica de juros. A redução já era esperada por grande parte do mercado.
No relatório, o BC afirma que alguns sinais mostram a estabilização da economia no curto prazo, o que sugere uma retomada gradual da atividade econômica ao longo de 2017. “O Comitê entende que a convergência da inflação para a meta de 4,5% no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2017 e, com peso gradualmente crescente, de 2018, é compatível com o processo de flexibilização monetária.”
A tendência de desaceleração dos preços foi o principal fator que motivou o Banco Central a manter o ritmo de corte de juros. Em janeiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em 0,38%, o menor patamar para o mês desde o início da série histórica, em 1994.
A decisão de reduzir a Selic para 12,25% ao ano aconteceu nesta quarta-feira (22) e foi unânime.
Juros podem ficar em 9%
Se a tendência de queda da inflação continuar, o Banco Central sinalizou que a taxa Selic pode chegar a 9% no fim de 2018. “No cenário de mercado, as projeções do Copom [para a inflação] recuaram para em torno de 4,2% em 2017 e mantiveram-se ao redor de 4,5% para 2018. Esse cenário embute hipótese de trajetória de juros que alcança 9,5% e 9% ao final de 2017 e 2018, respectivamente”, diz o relatório.
Corte agressivo começou em janeiro
Em janeiro, o Banco Central surpreendeu alguns analistas financeiros ao iniciar a onda de cortes mais agressivos. A redução foi de 0,75 ponto percentual, enquanto a expectativa do mercado era de 0,5 ponto percentual. A Selic passou, no início do ano, de 13,75% para 13%, valor que estava em vigor até esta quarta-feira (22). A decisão foi influenciada pelo fato de a inflação ter fechado dentro da meta do governo em 2016 e pelos indícios de que o índice deve convergir para o centro da meta neste ano.
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