O Ministro das Relações Exteriores do Chile, Alexandro Soxley, propôs menos retórica e mais trabalho para que a América Latina se projete para o mundo com êxito. Segundo ele, é preciso trabalhar pela integração física, energética e de políticas sociais ativas porque as pessoas já estão cansadas de ouvir falar em integração latino americana há 50 anos, sem muitos resultados concretos.

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O Chile, que é membro associado do Mercosul, quer se manter assim, segundo Soxley e não se tornar efetivo. Para ele, há problemas de compatibilidade de políticas sociais porque o Mercosul tem tarifas comuns mais altas do que o Chile, que é uma economia muito mais aberta. Soxley disse que, no Chile, as tarifas comerciais ficam em 2% para todos os produtos e no Mercosul chegam a 20%.

— Somos mais abertos e não podemos nos fechar para entrar no Mercosul. O quadro geral é de uma certa confusão (referindo-se às discussões em pauta no encontro de chefes de estado). Teremos que sair das discussões teóricas, retóricas, e entrar nos temas concretos. Por exemplo, discutir o plano de integração física da América do Sul, que tem cerca de 70 projetos definidos há oito anos. Se a América Latina quer se projetar para mundo com êxito, terá que conectar o Atlântico com o Pacífico. Sem a interconexão, está condenada a pobreza. E também deve ser mais ativa nas políticas sociais — observou.

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O ministro também criticou a proposta do presidente da Venezuela, Hugo Chaves, de criar o Banco do Sul, com recursos das reservas venezuelanas.

— Há uma tendência a pensar que os problemas se resolvem criando novas instituições. Hoje na América Latina temos um grande número de instituições financeiras que funcionam muito bem, como por exemplo a Corporação Andina de Fomento (CAF), e os governos têm bancos de desenvolvimento, além dos fundos internacionais para financiar projetos.Não nos faltam instituições, o que falta é melhor coordenação — afirmou.

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