O estabelecimento de novos padrões de controle sobre os bancos abre uma nova batalha entre europeus, americanos e países emergentes. Para o presidente do Banco Central Europeu, Jean Claude Trichet, as novas regras e todo o trabalho do G-20 teriam como meta evitar a geração de bolhas no mercado financeiro no futuro. Ele indica que as novas regras devem ser a maior herança do esforço de reforma do sistema financeiro internacional. Mas a definição de quais serão as instituições sistêmicas que serão obrigadas a ter maior capitalização abre uma nova polêmica.
Bancos alemães, franceses e ingleses já protestam contra as medidas, alertando que podem afetar a disponibilidade de crédito. Outros pontos que terão de ser definidos também já são alvo de tensões e a constatação de alguns é de que o crescimento mundial não será mais baseado em empréstimos de bancos.
No domingo, os 27 maiores BCs do mundo fecharam na Basileia um acordo enquadrando os bancos. O entendimento inclui novas e mais severas exigências de capitalização, a criação de colchões para amortecer prejuízos, limites de alavancagem, redução de riscos e tetos para o pagamento de bônus para os executivos. Os bancos ainda terão de passar por testes anuais de liquidez e uma lista daquelas instituições que terão de ter uma situação ainda mais sólida será criada.
O detalhamento dos novos limites aos bancos será negociado até o fim do ano. Em 2010, os governos vão começar a aplicar as medidas e haverá um ano em que os critérios e limites serão "calibrados". Só em 2011 o acordo entrará plenamente em vigor. Trichet tentou dar um recado de que havia "um consenso absoluto" entre os BCs sobre a questão. Mas fontes que estiveram dentro da sala de reunião apontaram que a situação foi bem diferente. Ontem, os BCs estavam prestes a detalhar o acordo, mas a falta de entendimento entre os 27 governos impediu o anúncio e as decisões foram adiadas para novembro.
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